
A ampliação da Ferronorte é parte de um plano ambicioso da maior operadora logística ferroviária, que prevê a construção de uma nova linha ferroviária. A construção da nova ferrovia, orçada inicialmente entre R$ 9 bilhões e R$ 11 bilhões, deve ser concluída até 2030.
A cidade de Lucas do Rio Verde, localizada no coração agrícola de Mato Grosso, está prestes a passar por uma transformação significativa com a chegada da Ferronorte, uma extensão estratégica da maior operadora logística ferroviária do Brasil, a Rumo. O projeto, que visa melhorar o escoamento da crescente produção de grãos da região, se apresenta como uma solução para otimizar a logística do agronegócio e fortalecer a posição do estado, que já é um polo agrícola, como líder na exportação de commodities agrícolas.
Expansão da Ferronorte: Um Marco para o Agronegócio
A ampliação da Ferronorte é parte de um plano ambicioso que prevê a construção de uma nova linha ferroviária, conectando o sul de Mato Grosso, passando por Cuiabá e chegando até o Médio-Norte. Serão 743 quilômetros de ferrovia, integrando o estado à malha ferroviária federal e facilitando o transporte de grãos até o Porto de Santos, o maior complexo portuário da América Latina.
Segundo informou ao Cenário MT, Pedro Palma, CEO da Rumo, a nova ferrovia será crucial para transportar a produção crescente de grãos de Mato Grosso, especialmente soja e milho, destinados aos mercados internacionais, com foco especial no Sudeste Asiático, que absorve 85% da produção brasileira. O primeiro terminal desta expansão já está sendo construído em Primavera do Leste, a cerca de 160 quilômetros de Rondonópolis, e o próximo grande passo será a chegada a Lucas do Rio Verde.
Impacto no Porto de Santos
Com a expansão da Ferronorte, o Porto de Santos também será ampliado para atender à nova demanda, com um aumento previsto de 10 milhões de toneladas na capacidade de carga. Ivam Jardim, consultor da Agência Porto Consultoria, ressalta que a eficiência do transporte ferroviário será um diferencial importante, barateando os custos de exportação e tornando o porto ainda mais competitivo em relação aos Portos do Arco Norte, como Barcarena, no Pará, e Itaqui, no Maranhão.
Essa nova logística deve reposicionar a rota de exportação de grãos, que atualmente flui em grande parte por rodovias, direcionando-a para a ferrovia. A Rumo já investiu significativamente na infraestrutura da Malha Paulista, que conecta a Ferronorte ao Porto de Santos, garantindo que a produção de grãos de Mato Grosso chegue ao seu destino internacional sem gargalos logísticos.
Investimentos e Projeções Futuras da Ferronorte
A construção da nova ferrovia, orçada inicialmente entre R$ 9 bilhões e R$ 11 bilhões, deve ser concluída até 2030, embora a expectativa seja que a obra possa ser finalizada até 2028. Para 2024, está prevista a construção de mais 150 quilômetros da linha, gerando um pico de cinco mil empregos diretos nas obras. Guilherme Penin, vice-presidente de Regulação da Rumo, destacou que o projeto trará benefícios não apenas para o escoamento de grãos, mas também para a economia local, viabilizando um desenvolvimento sustentável e de longo prazo.

A infraestrutura ferroviária, ao conectar Lucas do Rio Verde diretamente ao Porto de Santos, consolidará a cidade como um dos principais polos de exportação de grãos do Brasil. Essa conexão será vital para que o agronegócio da região continue a crescer e se fortaleça no mercado global.
Competitividade e Sustentabilidade
O aumento da capacidade logística também está alinhado com as necessidades do agronegócio brasileiro, que vem crescendo de forma acelerada. O Porto de Santos, responsável por 30% da corrente comercial nacional, já investiu na modernização de seus terminais graneleiros, como os da ADM do Brasil e COFCO, preparando-se para atender ao aumento de demanda gerado pela expansão da Ferronorte.
Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), a ampliação da malha ferroviária será fundamental para garantir que o porto continue a operar de maneira eficiente e sustentável. O contrato de cessão da malha ferroviária interna do porto, válido por 35 anos, prevê um investimento de R$ 1 bilhão para aumentar a capacidade de escoamento para 115 milhões de toneladas/ano.
A APS também reforça que, devido à proximidade geográfica e às vantagens logísticas, o Porto de Santos continuará sendo a primeira opção para exportações de grãos com destino à Ásia, superando os portos concorrentes do Arco Norte. A ferrovia permitirá que o transporte de grãos seja feito de forma mais rápida e com menores custos, consolidando ainda mais o porto como o principal hub de exportação do Brasil.
A chegada da Ferronorte a Lucas do Rio Verde representa um marco para o agronegócio de Mato Grosso e uma oportunidade única de fortalecer a competitividade do estado no cenário global. A ampliação da malha ferroviária não apenas atenderá à crescente demanda por escoamento de grãos, mas também trará benefícios econômicos e sociais para a região, criando empregos e impulsionando o desenvolvimento local. A parceria entre a Rumo e o Porto de Santos coloca o Brasil em uma posição privilegiada para liderar a exportação de commodities agrícolas nos próximos anos.

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