
Especialistas destacam que práticas de adubação, uso de biológicos e manejo do solo fortalecem a soqueira e prolongam a longevidade dos canaviais
Com a colheita da cana-de-açúcar avançando em todas as regiões produtoras do país, a atenção agora se volta para o manejo pós-colheita, etapa decisiva para a rebrota e para o potencial produtivo da safra seguinte. Estudos da Embrapa apontam que a maior parte das falhas em soqueiras ocorre por falta de correção nutricional adequada e por estresses acumulados no solo, o que reduz a longevidade dos canaviais e eleva os custos de replantio.
De acordo com especialistas, a adubação de soqueira logo após a colheita é fundamental para repor os nutrientes extraídos pela cultura. Nitrogênio, fósforo e potássio estão entre os elementos mais demandados, mas cálcio, magnésio, enxofre e micronutrientes também são essenciais para o vigor da rebrota. Além disso, o uso de bioestimulantes e insumos biológicos vem se consolidando como estratégia eficaz para reduzir estresses, melhorar o enraizamento e aumentar a eficiência no aproveitamento de nutrientes, especialmente em solos degradados ou sob cortes mecanizados sucessivos.
“Muitas vezes o produtor concentra esforços na fase de crescimento da cana e esquece que a produtividade da próxima safra começa a ser construída no dia seguinte à colheita. A adubação de soqueira, associada a produtos biológicos, ajuda a reduzir estresses, estimula a brotação uniforme e prolonga a longevidade do canavial. Essa estratégia garante mais cortes produtivos e reduz a necessidade de reforma precoce”, explica Mateus Bis, agrônomo e coordenador técnico de mercado da Nitro, empresa brasileira de insumos agrícolas de nutrição e biológicos.
Outro ponto relevante é a parte física do solo, o que pede atenção com medidas preventivas como controle de tráfego e sulcação, além de algum manejo corretivo, como subsolagem após colheita. O controle de pragas e doenças também deve ser priorizado, com monitoramento de nematoides, cupins, bicudo da cana e broca da cana, além do uso integrado de defensivos químicos e biológicos como forma de proteger a soqueira e garantir sustentabilidade ao sistema.
“O momento pós-colheita é a oportunidade de corrigir falhas e preparar a base para mais um ciclo de alta produtividade. Quem investe nessa etapa consegue extrair o máximo potencial do canavial e reduzir custos a médio prazo, já que prolonga a vida útil da soqueira e evita reformas desnecessárias”, complementa Bis.
Com o Brasil consolidado como maior produtor e exportador mundial de açúcar e etanol, especialistas reforçam que práticas de manejo eficientes no período pós-colheita serão determinantes para manter a competitividade da cana-de-açúcar brasileira no cenário global.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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