Obrigado por se cadastrar nas Push Notifications!

Quais os assuntos do seu interesse?

Máscaras chegam ao curral, elas também terão que usar

Startup sediada na Inglaterra cria conceito de máscara adaptado para bovinos que transforma o arroto em vapor d’água e reduz o temido efeito estufa

Todo brasileiro, afim de atender as medidas protetivas contra a coronavírus, tornou o uso de máscaras um hábito diário e necessário. Na Inglaterra, uma startup fundada por dois irmãos filhos de pecuaristas argentinos lançou um equipamento tecnológico inédito que promete reduzir em até 53% as emissões de metano bovino, ou o arroto, na atmosfera. Projetado pela Zelp, a máscara é colocada na cabeça do animal e presa como se fosse um cabresto, tem GPS, mapeia o comportamento do animal através do calor, faz comparativos entre a emissão de metano e o consumo alimentar, e indica até melhores condições ambientais locais para o bicho produzir menos gás.

Segundo seus fundadores o metano (CH4) emitido pelos bovinos contribui com quase 15% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera em todo o mundo, e a cadeia pecuária precisa de soluções escaláveis e eficientes para mitigar esse impacto ambiental.

Fonte:Zelp

Tecnologia que filtra o gás

De acordo com Norris, o material utilizado para produzir a máscara, absorve o arroto através de uma câmara e o transforma, em tempo real, em dióxido de carbono (CO²) e vapor d?água. A taxa de conversão, segundo a empresa, é de 53%. A máscara utiliza energia solar e possui um gerador termoelétrico para essa transformação.

Fonte Zelp

Os empresários garantem que a tecnologia não para por aí e também promove o bem-estar animal ao processar dados comportamentais e fisiológicos, como o monitoramento da respiração e de emissões e oferecem dados para análise. “É possível detectar a temperatura, antecipar o aparecimento de doenças, prevenir surtos no rebanho e obter dados precisos sobre a digestão e a conversão alimentar do gado“, afirmou Francisco.

Com os dados, o pecuarista pode identificar ambientes mais confortáveis para os animais e situações nas quais o gado tem melhores processos digestivos e emite menos gases.

A máscara, segundo a Zelp, pode ser usada a partir dos seis meses dos bezerros ou após o desmame e tem uma vida útil de quatro anos, quando bem conservada. E, por enquanto, a startup ainda está realizando testes em um centro de pesquisas localizado na Bélgica e na Universidade de Wageningen, na Holanda.

Fonte: Zelp

Quando as máscaras chegam no Brasil?

A máscara para bovinos será comercializada na Europa apenas no ano que vem, principalmente mirando a pecuária leiteira. A multinacional de alimentos Cargill será a responsável pelas vendas, mas segundo a empresa, ainda não há previsão para a chegada ao Brasil.

“Pecuaristas e o agronegócio estão buscando maneiras de mitigar a emissão de metano e os impactos ambientais, ao mesmo tempo em que atendem ao desafio de alimentar uma população em franco crescimento”, disse Delphine Melchior, diretora global de sustentabilidade da Cargill.

carne carbono neutro embrapa
Foto: Fabiano Bastos

Pecuária é responsável pelo Efeito Estufa?

Estudo da Embrapa Pecuária Sudeste apontou que mais de 90% dos gases produzidos pelos ruminantes saem da boca e narinas, por eructação (arroto). Até pouco tempo, acreditava-se que a maior parte dos gases saíam pelo ânus, na forma de pum. O arroto dos bovinos é uma das maiores fontes de emissão de metano, um gás inodoro e incolor. A sua emissão em excesso está diretamente relacionada às mudanças climáticas, como efeito estufa e aquecimento global.

Essa responsabilidade em mitigar os impactos da cadeia foi o que motivou os irmãos Norris a fundar a empresa.

“As Nações Unidas projetaram que a demanda por carne bovina e laticínios cresça 70% nos próximos 30 anos e nós, que crescemos em uma fazenda de gado, acreditamos em uma pecuária que impacte menos o meio ambiente”, disse Francisco.

“Estamos fazendo nossa parte para garantir que as metas de redução de emissões sejam atendidas na indústria até que a dinâmica regulatória, cultural e de mercado ditem o futuro do consumo de proteínas.”

O Brasil, no compromisso de conter os efeitos da Pecuária no meio ambiente, vem ao longo dos últimos anos criando um ambiente de sustentabilidade para que o papel de celeiro do mundo seja construído com a proteção da Natureza em dia.

Um exemplo disso são vários projetos conduzidos pela Embrapa no sentido de mitigar estes efeitos, inclusive os conceitos produtivos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne de Baixo Carbono (CBC), marcas desenvolvidas pela Embrapa para certificação de carnes produzidas em sistemas que neutralizam ou reduzem a emissão de metano emitido pelos animais.

Outra grande descoberta da instituição foi que a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em apenas 15% da propriedade neutraliza as emissões de GEEs de toda a fazenda. O sistema implantado em apenas 15% da área já é o suficiente para compensar todas as emissões de gases de efeito estufa (GEEs) gerados pelos animais e pela pastagem, deixando um saldo positivo de carbono na fazenda.

Adaptado de Viviane Taguchi do UOL

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM