Alta no abate e nas exportações contrasta com queda nas cotações da arroba do boi em Mato Grosso para o mês de abril em 2025, apontou Imea
O mês de abril de 2025 marcou um desempenho expressivo para a bovinocultura mato-grossense. Conforme dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram abatidas 581,48 mil cabeças de gado no estado, configurando o segundo maior volume para o mês de abril na série histórica. A movimentação reflete o momento de ajuste de lotação nas fazendas, que se antecipam à chegada do período seco.
Um dos destaques do relatório foi o aumento na participação das fêmeas no total de abates. Em abril, 56,81% dos bovinos abatidos eram fêmeas, o equivalente a 330,36 mil cabeças, o que representa uma alta de 10,07% em relação a março. No entanto, essa participação está em queda no comparativo anual pelo terceiro mês consecutivo, reflexo da retenção estratégica de matrizes por parte dos pecuaristas, de olho no próximo período de monta.
A expectativa do Imea é que os volumes de abate se mantenham firmes no curto prazo, mas que haja um recuo progressivo com o avanço da seca e a deterioração das pastagens, especialmente na participação de fêmeas.
Exportações batem recorde para o mês de abril
Apesar do cenário interno de maior oferta de animais, a demanda externa por carne bovina manteve-se aquecida. Mato Grosso exportou 70,72 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) em abril, o maior volume da série histórica para o mês. Esse número representa um aumento de 3,17% em relação a abril de 2024 e de 16,68% frente a março de 2025.
O crescimento nas exportações ocorre mesmo com a valorização recente da arroba e maior volume de fêmeas no abate, demonstrando que o mercado internacional segue receptivo à carne mato-grossense.
Preço da arroba recua apesar da demanda
Na contramão do otimismo nas exportações, os preços da arroba apresentaram queda significativa na última semana de abril. O boi gordo a prazo fechou cotado a R$ 314,55/@, uma baixa de 2,60%. A vaca solteira (10,5@) foi negociada a R$ 291,60/@, com queda semanal de 1,92%. Já o boi magro (12@) teve recuo de 2,51%, cotado a R$ 349,50/@.
Essas quedas são atribuídas à pressão de oferta com o aumento nos abates, mesmo diante de uma boa performance das exportações.
O desempenho de abril indica que Mato Grosso segue como protagonista na pecuária nacional, equilibrando alta nos abates, recorde nas exportações e pressão de preços no mercado interno. A atenção agora se volta para os próximos meses, com a seca podendo reduzir o ritmo dos abates e alterar a dinâmica entre oferta e demanda. O comportamento da arroba dependerá da persistência da demanda internacional e da capacidade de escoamento da produção pelo mercado externo.
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