Mato Grosso do Sul vive expectativa de ‘boom’ em eixos logísticos

Malha Oeste e Rota Bioceânica são apostas para a abertura de novas fronteiras econômicas em Mato Grosso do Sul; obras da ponte sobre o Rio Paraguai já começaram

O governo de Mato Grosso do Sul aposta atualmente em dois eixos logísticos para atrair investidores, ampliar as exportações e fomentar o desenvolvimento estadual: a consolidação da Rota Bioceânica, com início da obra da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta sobre o Rio Paraguai, e as ferrovias, com a reativação da Malha Oeste, que está sucateada há mais de duas décadas, e a licitação da Nova Ferroeste. Com essas medidas, a expectativa é de que o estado vire um grande hub de logística na América do Sul, reduzindo custos e dando mais competitividade aos produtos.

“É muito pertinente ao nosso governo a discussão sobre logística e infraestrutura”, salientou o governador, ao falar aos empresários.

Azambuja ressaltou o aumento na demanda de transportes e de logística em Mato Grosso do Sul, diante dos investimentos da cadeia industrial nos setores da agroindústria e de produtos florestais, como a celulose, que somam mais de R$ 30 bilhões (R$ 16 bilhões da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, e outros R$ 15 bilhões da Arauco, em Inocência).

Para atender a essa demanda, foram apresentados os eixos de logística em que o Estado atua. A apresentação aos empresários foi feita pelo superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Bruno Gouveia.

Ele falou dos avanços da Rota Bioceânica, com a obra da ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta. Na semana passada, tiveram início os trabalhos de fundação da Ponte Bioceânica. A construção vai ligar a cidade paraguaia a Porto Murtinho, em uma extensão total de 1.294 metros.

O projeto será executado pelo Consórcio Binacional Paraguai-Brasil, firmado em dezembro de 2021, um contrato com o governo no valor de US$ 90,102 milhões. A ponte faz parte do corredor bioceânico, que ligará o Oceano Atlântico ao Pacífico. A obra está prevista para durar 36 meses, com previsão de conclusão para 2024.

Já no caso das ferrovias, a mais adiantada é a Nova Ferroeste, que vai ligar Maracaju ao Porto de Paranaguá, com investimentos previstos de R$ 5 bilhões, que está em processo de consulta pública, com previsão de licitação até novembro na Bolsa de Valores de São Paulo.

Ferrovia Norte Brasil - Ferronorte. Trem, Estrada de ferro. Vagão
Foto: Wenderson Araujo / Trilux

Outro ponto apresentado é a retomada da Malha Oeste, que está em fase de estudo de viabilidade técnica, que deve ser entregue ainda neste mês. A meta é reativar o trecho de mais de mil quilômetros de ferrovia em MS, com investimentos previstos de R$ 15 bilhões.

A expectativa é de que uma consulta pública ocorra neste mês, e a licitação em setembro, conforme afirmou o secretário da Semagro, Jaime Verruck, no mês passado.

Os projetos da Malha Oeste e da Rota Bioceânica, porém, têm sofrido com atrasos burocráticos. São iniciativas que aguardam soluções desde 2019, soluções essas que dependem do governo federal e de parceiros privados.

Diversificando a logística

De acordo com Verruck, Mato Grosso do Sul é um estado que tem diversificado sua pauta de exportação e também o acesso aos países, mas tem principalmente uma diversificação logística para atender ao processo de expansão das exportações.

“A sinalização futura de Mato Grosso do Sul é que possamos diversificar, conseguir vender produtos com valor adicionado maior, que é o objetivo principalmente das proteínas animais. Então é extremamente importante essa discussão, tanto dos eixos logísticos como dos novos mercados”, frisou.

O secretário alegou que, em termos de nível de competitividade, o Estado aposta muito na ampliação da participação de MS no mercado asiático, não só na China, que já é predominante nos negócios de Mato Grosso do Sul, mas em todo o mercado asiático, por meio do nível de competitividade que a Rota Bioceânica oferece.

“Por outro lado, nós temos aí a ampliação também da questão das ferrovias, que vão criar uma situação de maior competitividade dos nossos produtos tanto no Porto de Santos como no de Paranaguá”, completou.

Com informações do Correio do Estado

Siga o Compre Rural no Google News e acompanhe nossos destaques.
LEIA TAMBÉM