Maximizando a eficiência alimentar na pecuária e reduzindo custos de produção

Por décadas, a meta foi produzir mais carne, agora, o desafio é produzir melhor, otimizando cada recurso, reduzindo custos e elevando a eficiência alimentar a um novo patamar

Nos últimos anos, a pecuária de corte no Brasil registrou crescimento expressivo em produtividade, graças a genética aprimorada e manejo eficiente. Porém, a rentabilidade nem sempre acompanhou esse ritmo: altos custos de alimentação e manutenção corroem os ganhos do produtor.

Hoje, o foco não é apenas produzir mais carne, mas produzir melhor, transformando cada quilo de alimento em desempenho, lucro e sustentabilidade. Em 2025, com pressões econômicas e exigências ambientais crescentes, a eficiência alimentar se torna decisiva para a competitividade. Siga a leitura e acompanhe o Compre Rural, Aqui você encontra informação de qualidade para fortalecer o campo.

Imagine uma fazenda onde cada vaca consome menos alimento, produz mais bezerros e ainda reduz custos de manutenção. Este não é um cenário hipotético, mas uma realidade concreta para produtores que investem na seleção genética e tecnologias de monitoramento do desempenho animal.

O que é eficiência alimentar e por que ela importa

A Eficiência Alimentar mede a capacidade de um animal transformar alimento em produtividade. Em outras palavras, animais eficientes consomem menos sem comprometer o desempenho.

Seus impactos vão além do lucro:

  • Econômico: redução de custos e aumento da margem de lucro;
  • Ambiental: menor emissão de gases de efeito estufa e menor pressão sobre áreas de pastagem;
  • Social: atendimento à crescente demanda por carne de qualidade produzida de forma sustentável, aliado ao desenvolvimento tecnológico da produção.

Portanto, investir em Eficiência Alimentar é unir produtividade, rentabilidade e sustentabilidade em um único objetivo.

Expansão das avaliações de eficiência alimentar

Nos últimos anos, o interesse por Eficiência Alimentar cresceu de forma expressiva. Relatório da Ponta (2023) mostra que o número de avaliações de fenótipos voltados a essa característica aumentou mais de 1.200% em apenas dez anos.

Tecnologias como cochos eletrônicos, balanças de pesagem voluntária e softwares de análise transformaram essa prática de diferencial em pré-requisito nos melhores programas de melhoramento genético. Hoje, não basta identificar animais pesados: é preciso escolher os mais eficientes.

Panorama 2025

Dados recentes demonstram a relevância da eficiência alimentar no cenário atual:

  • O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária atingiu R$ 1,31 trilhão na safra 2024/2025
  • O VBP da pecuária foi estimado em R$ 496,4 bilhões em 2025, representando um crescimento de 9,2% em relação a 2024
  • O efetivo bovino brasileiro totalizou 238,2 milhões de cabeças em 2024, uma queda de 0,2% em relação a 2023

Portanto, a competitividade não depende apenas do volume de carne produzido, mas da capacidade de transformar alimento em resultado financeiro e sustentável.

Fêmeas eficientes: a alavanca silenciosa da pecuária

Historicamente, a seleção para Eficiência Alimentar concentrou-se nos machos. Porém, as fêmeas desempenham papel ainda mais estratégico: permanecem mais tempo no rebanho e, com biotecnologias reprodutivas, geram múltiplos descendentes por ano, acelerando a disseminação de genes favoráveis.

Dados de campo mostram que propriedades que investem na eficiência de machos e fêmeas atingem resultados mais rápidos e consistentes. Fêmeas eficientes consomem menos alimento sem reduzir sua produtividade, reduzindo custos de manutenção e aumentando a rentabilidade do rebanho.

Principais fatores que influenciam a Eficiência Alimentar

  • Saúde animal: controle de parasitas, vacinas e monitoramento de doenças garantem absorção ideal dos nutrientes.
  • Nutrição de qualidade: composição balanceada de proteína, energia, minerais e vitaminas.
  • Genética e seleção: animais com melhor conversão alimentar e crescimento mais eficiente.
  • Manejo e bem-estar: conforto, redução de estresse e otimização de pastagens aumentam o desempenho.
  • Pastagem e forragicultura: sistemas de rotação e adubação eficiente elevam a produção sem ampliar custos.

Estratégias práticas para maximizar a eficiência

  • Dietas balanceadas e suplementação estratégica: adaptação conforme fase do animal, uso de aditivos e rações complementares.
  • Monitoramento individual com tecnologia: cochos eletrônicos, balanças voluntárias e softwares de gestão integrada.
  • Integração lavoura-pecuária: aproveitamento de silagens, feno e subprodutos agrícolas.
  • Redução de perdas: armazenamento correto e fornecimento eficiente diminuem desperdício de alimento.

Indicadores e métricas para acompanhamento

  • FCR (Feed Conversion Ratio): relação alimento/ganho de peso;
  • ADG (Average Daily Gain): peso médio diário;
  • Custo por quilo produzido: avaliação financeira do retorno de cada animal;
  • Ferramentas digitais: softwares de fazenda e relatórios integrados facilitam gestão e tomada de decisão.

Produtividade inteligente e sustentável

A Eficiência Alimentar não é apenas uma métrica: é uma estratégia de transformação do negócio. Animais eficientes consomem menos, geram mais, reduzem custos e contribuem para um sistema de produção sustentável.

Incluir fêmeas nesse processo é crucial. Junto aos machos, elas aceleram a disseminação genética, ampliam a produtividade e tornam o manejo mais rentável.

Com tecnologias de monitoramento e seleção, o produtor consegue otimizar a lotação da fazenda, reduzir desperdícios e garantir retorno financeiro previsível. Investir em Eficiência Alimentar é, portanto, preparar-se para o futuro do mercado: um futuro em que produtividade, rentabilidade e sustentabilidade caminham lado a lado.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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