Membro do PCC preso em Campinas possui ligação com cia de rodeio

Um dos alvos da operação do Ministério Público, preso nesta quinta-feira, tem ligações com o agro; em seu perfil nas redes sociais, ele se declara produtor rural e também mantém vínculos com uma companhia de touros de rodeio

Eduardo Magrini, conhecido como Diabo Loiro, foi preso nesta quinta-feira (30) em Campinas (SP) durante uma operação da Polícia Civil contra um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Conhecido nas redes sociais por sua ligação com o campo e os rodeios, o homem é apontado pelas investigações como um dos responsáveis por movimentar recursos da facção por meio de empresas e eventos rurais.

Segundo informações divulgadas pelo G1 e pelo UOL, o investigado mantinha negócios no setor agropecuário e também é apontado como proprietário da Cia de Rodeio DF, empresa que atuava na organização de montarias, servindo boiadas para festas do peão em São Paulo e Minas Gerais.

A polícia suspeita que a companhia era utilizada para disfarçar a origem ilícita de valores ligados ao tráfico e a outros crimes praticados pela organização criminosa.

De acordo com a investigação, o suspeito é apontado como um dos operadores financeiros do PCC, responsável por ocultar e movimentar grandes quantias de dinheiro obtidas com atividades ilegais. As autoridades apuram o uso de laranjas, contas de terceiros e empresas de fachada para a compra de bens, gado e veículos, além da aplicação de valores em eventos rurais e patrocínios.

Entre os crimes que pesam contra ele estão lavagem de dinheiro, homicídio, associação criminosa e participação em organização criminosa. A operação, deflagrada em conjunto com o Ministério Público, também cumpriu mandados de busca e apreensão em propriedades rurais ligadas ao investigado.

Eduardo Magrini - investigado por ligacoes PCC
Foto: Reprodução / Redes Sociais

Do agronegócio ao rodeio

Com forte presença no meio rural e em eventos do setor, o produtor vinha expandindo sua atuação para o universo dos rodeios, uma das atividades mais populares do interior paulista e mineiro.

A Cia de Rodeio DF, apontada como de sua propriedade, chegou a marcar presença em eventos de destaque como a Festa do Peão de Piracaia 2025, no interior de São Paulo, e na Feira Machadense do Agronegócio (FEMAGRO), realizada em Machado, no sul de Minas Gerais. Nessas ocasiões, a empresa forneceu boiadas e participou de competições de montaria.

A ligação entre o suspeito e o rodeio chama atenção das autoridades por representar uma possível infiltração de capitais ilícitos em eventos culturais e rurais, setores historicamente afastados do crime organizado. O caso acende um alerta para a necessidade de maior fiscalização financeira nas atividades do agronegócio e do entretenimento rural.

O caso reforça a preocupação com o uso de empresas agropecuárias e de entretenimento rural como instrumentos de dissimulação de patrimônio. Nos últimos anos, investigações semelhantes mostraram que grupos criminosos vêm diversificando suas formas de atuação, buscando setores com alto fluxo de capital e menor controle financeiro.

A prisão do produtor rural e influenciador em Campinas expõe como o crime organizado pode tentar se misturar a ambientes legítimos do campo, manchando a imagem de um setor formado, em sua maioria, por trabalhadores sérios, cooperativas e famílias que vivem da terra.

As investigações continuam, e a Cia de Rodeio DF permanece sob análise das autoridades, que buscam identificar o real alcance financeiro da operação e seus possíveis vínculos com outros negócios rurais.

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