Mercado da soja da sinais de alta e o momento é de comercialização

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, durante todo o pregão desta terça-feira (23), testou os dois lados da tabela, sempre com oscilações tímidas, para terminar o dia com pequenas altas entre as posições mais negociadas.

Os preços subiram entre 2 e 2,25 pontos, com o maio/18 ficando em US$ 9,97 e o julho/18 com US$ 10,07 por bushel. Embora o foco do mercado permaneça sobre o quadro de clima da América do Sul, ao longo da sessão o mercado chegou a apresentar uma rápida realização de lucros depois de boas altas acumuladas nos últimos pregões da CBOT.

O tempo seco na Argentina, porém, voltaram ao foco no fim dos negócios.

Como explicou o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, o final de semana foi de poucas chuvas na Argentina, confirmando as previsões de que persistem as condições adversas para o desenvolvimento da soja no país. Nesse cenário, as estimativas para a nova safra argentina começam a ser revisadas para baixo.

“O mercado está focado nisso. A Argentina, afinal, é a maior exportadora global de farelo e óleo e pode haver problema no abastecimento se houver um problema grande por lá. E isso já faz com que a demanda se desloque, pelo menos em partes, para o Brasil e os Estados Unidos”, diz Motter. “E isso chama os fundos de volta à soja”, completa.

Ao mesmo tempo, as notícias do Brasil também começam a ganhar mais peso entre as negociações e os traders. O excesso de chuvas em partes das principais regiões produtoras chamam a atenção, uma vez que já atrasa o desenvolvimento dos trabalhos de campo, ocasiona algumas doençase e provoca uma perda de produtividade e qualidade nas lavouras brasileiras.

Entretanto, ainda segundo o analista da Granoeste, o mercado internacional não espera grandes perdas no Brasil, já que os problemas que vêm sendo relatados mostram-se pontuais, ao menos até este momento. “Ainda não temos uma perda coletiva, são perdas individuais”, diz.

As últimas previsões seguem mostrando que, nos próximos dias, o padrão de tempo seco para a maior parte das regiões produtoras da Argentina deverá ser mantido, com acumulados próximos de 45 mm apenas para áreas de Córdoba e Santa Fé. No Brasil, o Centro-Oeste e a região do Matopiba deverão continuar a receber boas precipitações, enquanto as mesmas se mostram mais limitadas no Sul do país.

Preços no Brasil

Nesta terça-feira, os preços da soja subiram no Brasil. No interior do país, as cotações registraram altas que variaram de 0,70% – em Castro, no Paraná – a 2,44% – em Rondonópolis, Mato Grosso. Os últimos valores foram de, respectivamente, R$ 71,50 e R$ 63,00 por saca.

Nos portos, as cotações ainda se destacam em Rio Grande. A soja disponível fechou com R$ 73,20 e para maio/18 com R$ 74,30 por saca, ambas subiram e terminaram o dia com ganhos de 0,55% e 0,41%. Já no terminal de Paranaguá, os indicativos permaneceram estáveis em R$ 72,00 e R$ 71,50.

Além das pequenas altas em Chicago, o mercado se apoiou também no avanço do dólar para fechar com referências mais altas. A moeda americana subiu 0,9% com o mercado brasileiro bastante cauteloso antes do julgamento do ex-presidente Lula que acontece nesta quarta-feira (24).

“O evento de amanhã pode ser um catalisador para algum desempenho melhor ou pior (do que o exterior), mas achamos que a diferença, em caso de um desfecho positivo não será dramática, e teremos tempo de voltar ao risco”, disse o diretor de Tesouraria de um grande banco em nota trazida na análise da agência de notícias Reuters.

Para o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, esse pode ser um momento oportuno para o produtor que precisa fazer novos negócios. Os preços poderiam sentir, mais adiante, uma nova pressão vinda da entrada da colheita brasileira com maior volume e um aumento do custo logístico nos próximos meses.

“O produtor precisa de agilizar nas negociações. A colheita vai ganhar mais ritmo e os fretes vão começar a subir”, explica o consultor.

Como relata Camilo Motter, no oeste do Paraná, por exemplo, os fretes já apresentam um aumento de R$ 2,00 a R$ 3,00 por saca e esse movimento poderia se intensificar.

Fonte: Notícias Agrícolas

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