Mercado de insumos agropecuários enfrenta desafios, mas Fex Agro projeta crescer 62% em 2025

A Fex Agro mantém perspectivas positivas e projeta faturar R$ 225 milhões em 2025, um avanço de 62% sobre 2024.

O mercado brasileiro de insumos agropecuários atravessa um período de incertezas, marcado por custos elevados e preços das commodities abaixo dos últimos anos. Ainda assim, a Fex Agro mantém perspectivas positivas e projeta faturar R$ 225 milhões em 2025, um avanço de 62% sobre 2024.

Apesar de as negociações estarem mais lentas em relação ao ano passado, a empresa conseguiu manter bom ritmo de vendas no primeiro semestre. Entre janeiro e junho, a Fex Agro faturou R$ 91,1 milhões, resultado 55% superior ao do mesmo período de 2024.

Capim-amargoso desafia sojicultores e exige manejo estratégico

“Estamos diante de um cenário desafiador, com o alto custo dos fertilizantes, sobretudo fosfatados e nitrogenados, pressionados por questões geopolíticas e cambiais, além da concorrência de outras indústrias. Soma-se a isso a queda nos preços de commodities como soja e milho, que tem prejudicado a relação de troca dos insumos agrícolas”, explica Daniel Barbosa, CEO da Fex Agro.

Para a safra 2025/26, a avaliação da empresa é cautelosa. Além do desafio dos preços das commodities, há restrições no acesso ao crédito rural, devido às elevadas taxas de juros e à maior aversão ao risco no mercado. “As altas taxas de juros encarecem financiamentos e custeios. Além disso, vimos nos últimos dois anos uma deterioração da liquidez em várias cadeias do agronegócio, com aumento nos pedidos de recuperação judicial. Isso deixou o capital mais escasso e caro, pressionando as margens econômicas”, afirma Barbosa.

Plano safra: “o agro precisa de mais apoio”

Em relação ao recém-anunciado Plano Safra 2025/26, a Fex Agro considera que as medidas ficaram aquém das necessidades do setor. Embora o governo tenha anunciado um volume nominalmente maior de recursos, a inflação corrói parte desse montante, e o acesso efetivo ao crédito continua limitado. “No último Plano Safra, apenas cerca de 70% do volume anunciado foi realmente desembolsado. Além disso, as taxas de juros são as mais altas dos últimos 20 anos, impactando todas as linhas agrícolas, tanto de custeio quanto de investimento”, destaca o executivo.

Apesar das dificuldades, a Fex Agro segue apostando no crescimento orgânico, sustentado pelo aumento de participação no mercado de insumos e pelas operações de barter. Um alento, segundo a empresa, está no aumento da segunda safra de milho deste ano em Mato Grosso. Muitos produtores travaram custos em patamares melhores do que os preços atuais, e o volume extra produzido tende a amenizar as perdas com a queda nos preços.

“Mesmo diante de tantas adversidades, o produtor brasileiro vem se consolidando tecnicamente, com uso crescente de tecnologia, genética e serviços de alta qualidade, alcançando produtividade notável ano após ano. Isso nos faz acreditar que há espaço para crescer”, conclui Barbosa.

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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