
Tarifa extra de 50% imposta por Trump freia vendas aos norte-americanos e abre espaço para expansão do mercado; México se torna o 2º maior comprador de carne bovina do Brasil e ultrapassa EUA
O comércio internacional de carne bovina do Brasil vive um momento de transformação. Com a forte retração das vendas aos Estados Unidos, provocada pela tarifa extra de 50% imposta pelo presidente Donald Trump no final de julho, o México assumiu o posto de segundo maior importador do produto brasileiro, atrás apenas da China. De janeiro a junho de 2025, o volume exportado ao mercado mexicano saltou de 3,1 mil para 16,1 mil toneladas, um crescimento impressionante de 420%.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações gerais de carne bovina do Brasil chegaram a 241 mil toneladas em junho, movimentando US$ 1,3 bilhão. No acumulado de julho, os números preliminares indicam alta de 56,5% em relação ao mesmo mês de 2024, impulsionando inclusive as exportações totais do país, que cresceram cerca de 3% no período.
Tarifa norte-americana trava negócios
A carne bovina foi uma das poucas commodities brasileiras que ficaram de fora da lista de isenções anunciada por Trump. O tarifaço já começa a gerar impacto imediato: 30 mil toneladas do produto, que seriam embarcadas para os Estados Unidos, ficaram retidas, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). A medida inviabilizou, na prática, a competitividade da carne brasileira no mercado norte-americano.
Os dados confirmam a mudança. Em abril, antes das tarifas, os EUA importaram 44,1 mil toneladas do Brasil, gerando US$ 229 milhões em negócios — o maior volume do ano. Em junho, o número despencou para 13,4 mil toneladas e US$ 75,3 milhões, queda de 67%.
México e China puxam a alta
Enquanto o mercado norte-americano recua, México e China ampliam espaço para a carne brasileira. As vendas para o México cresceram de US$ 15,5 milhões em janeiro para US$ 89,3 milhões em junho. Já a China, principal cliente do Brasil, comprou 134,4 mil toneladas em junho, movimentando US$ 739,9 milhões — alta de 64% em relação a janeiro.
Especialistas do setor acreditam que, mesmo com o cenário adverso nos EUA, a diversificação de mercados e a força da demanda chinesa e mexicana devem sustentar o desempenho positivo das exportações brasileiras nos próximos meses. Fato é que, enquanto EUA recua, México se torna o 2º maior comprador de carne bovina do Brasil.
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