Milho é propulsor do Agro com 114,7 milhões de toneladas

Segundo grão mais cultivado e exportado, perdendo apenas para a soja, o milho é a maior cultura agrícola do mundo, atingindo mais de 1 bilhão de toneladas produzidas por ano!

 O cultivo do milho está ligado a história do Brasil e possui tradição desde o descobrimento com pratos indígenas como o curau, o mingau, a pipoca e a pamonha. A subsistência humana era basicamente o principal motivo para o cultivo, entretanto foi ganhando força e importância, se transformando no principal insumo para a criação de aves e suínos, além de, ao longo das décadas se transformar em estratégia para a segurança alimentar.

Importante em diversas cadeias produtivas, o milho é a maior cultura agrícola do mundo se tornando primordial a produção de carne, o que serviu de incentivo para a produção do cereal se tornar a única cultura agrícola do mundo que ultrapassou a marca de 1 bilhão de toneladas colhidas por ano. Em 2019/2020 o recorde atingido foi de 1,11 bilhão de toneladas.

A produção tem aumentado a cada ano e registrado ao longo dos últimos anos o aumento da produção e da produtividade. Os principais fatores que contribuíram para esse aumento foram o manejo integrado do solo; controle de pragas, doenças e plantas daninhas, por meio da adoção dos sistemas de produção conservacionistas sem o revolvimento do solo e com a manutenção da palhada das culturas anteriores no solo; o desenvolvimento de novos cultivares adaptados às diversas regiões produtoras de milho no mundo.

O valor da exportação

Superado apenas pelos EUA, o Brasil já é o segundo maior exportador mundial de milho. Reconhecido pela qualidade do seu produto e por garantir em períodos da entressafra dos EUA a vários países. Os principais países que importam a produção de milho brasileiro são o Vietnã, Irá, Coréia do Sul, Japão, Taiwan, Egito e Malásia.

Cadeia produtiva

O Brasil tem apresentado grande interesse em longos períodos de produtividade e irá precisar potencializar com sabedoria e estratégia negocial meios de agregar valor às commodities agropecuárias se quiser atingir valor a cadeia do milho, ressaltando o interesse e o empreendedorismo, além do mercado e da inovação.

A complexidade da produção, a logística de armazenagem e escoamento para o mercado além da infraestrutura demonstra a complexidade da cadeia do milho. Um negócio tipicamente bioeconômico, de interesse público e privado envolve a bioenergia, bioalimento a base vegetal e de proteína animal, bioprocessos, biomoléculas, bioprodutos, biomateriais além da diversidade de usos tanto para humanos quando para indústria.

Foto: Divulgação

A produção de milho no Brasil, somada a produção da soja, contribui com cerca de 80% da produção de grãos. Sua produção é voltada para o abastecimento interno, mesmo que recentemente a sua exportação venha acontecendo em quantidades expressivas e contribuindo para maior sustentação dos preços internos.

O milho tem evoluído como cultura comercial apresentando, nas últimas décadas, taxas de crescimento da produção de 3,0% ao ano e da área cultivada de 0,4% ao ano.

Funcionamento da safra e os números

A cultura do milho foi levada ao Cerrado juntamente à expansão da soja. Inicialmente era utilizado somente como prática de rotação de cultura para incrementar a palha ao solo fraco do bioma e também para quebrar o ciclo de pragas e doenças.

Segundo relato de diversos produtores, o uso da rotatividade nas áreas que passavam pelo cultivo de milho/soja nos três anos posteriores demonstraram ganho de produtividade de três a cinco sacas de soja, se comparado às áreas que não realizavam esta prática. Além do crescimento de aproximadamente 20% da área de cultivo do milho. Fato que entre os produtores mundiais de milho, somente o Brasil e a Argentina devem aumentar a produção na safra de 2022/23.

A produção total de milho do Brasil na safra 2022/23 deve alcançar 125,5 milhões de toneladas, 9,4% acima dos 114,7 milhões de toneladas produzidos na safra 2021/22, segundo estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no evento “Perspectivas para a Agropecuária – Safra 2022/23”.

A área plantada total deve somar 22,1 milhões de hectares, avanço de 2 5% em comparação aos 21,6 milhões de hectares cultivados na safra anterior. Já a produtividade média deve alcançar 5,672 toneladas por hectare, 6,2% acima das 5,338 t/ha contabilizadas no ciclo 2021/22, de acordo com a Conab.

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Foto: Divulgação

A Conab estima preço médio do milho em Mato Grosso em 2023 de R$ 67,27/saca, praticamente estável em comparação ao preço médio de 2022, de R$ 67,94, porém com leve recuo da margem líquida de lucro sobre o custo operacional, de 9% para 7%.

Safra, safrinha e entressafra

A dupla de plantio direto milho-soja acabam por confundir na hora de diferenciar as épocas de plantio para o que se refere a produtividade esperada. Geralmente o produtor investe na Safra devido seu potencial produtivo e retorno financeiro que esse período apresenta, já que é maior.

Seguida da safra a safrinha, que acontece após a safra, recebe esse nome devido ao menor período de produtividade que costuma ser menor, as condições de baixo padrão de luminosidade, riscos de dias de estiagem, períodos chuvosos, com dias de muito sol e calor.

Foto: Divulgação

Já a entressafra, intervalo entre o fim e o início da colheita das principais culturas da próxima colheita é para colocar a fazenda em ordem e também se preparar para a próxima safra. Resumindo, a safra é a primeira safra; safrinha, a segunda. Já a entressafra fica entre o fim do último cultivo (da segunda safra, por exemplo) e o início da próxima safra.

Devido a importância da cadeia produtiva do milho, a safrinha deixou de ser coadjuvante no cenário nacional e passou a ser semelhante à da safra, contudo a produção e a área plantada são bem maiores.

Recuo nos Estados Unidos

A produção de milho deve recuar de 383,9 milhões de toneladas para 367,3 milhões de toneladas na safra 2022/23, nos Estados Unidos, o que representa queda de 4,3% caso os dados se confirmem. Na China a produção esperada, no mesmo período, deve cair apenas 0,4% e somar 271,0 milhões de toneladas, enquanto na UE a queda esperada é de 3,2%, consolidando um total de 68,3 milhões de toneladas.

O destaque negativo infelizmente ficará com a Ucrânia que apresentará uma redução de 53,1% frente à safra 2021/22, quando a produção foi recorde e somou 42,1 milhões de toneladas. A projeção atual para 2022/23 no país é que a produção alcance cerca de 19,5 milhões de toneladas. O cenário segue positivo, no Brasil, e com projeção de valores recordes para a safra 2022/23 e a produção subindo 8,6% em relação a 2021/22 e somando 126,0 milhões de toneladas.

Foto: Divulgação

De acordo com o relatório divulgado pelo Ministério da Economia, por meio da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 5.092.994,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até este momento do mês de outubro. O volume acumulado nestes 14 primeiros dias úteis do mês já ultrapassa em 183,4% o total de 1.797.038,3 toneladas que foram exportadas durante todo o mês de outubro de 2021.       

Em comparação ao mesmo período do ano passado a média diária de embarques ficou em 363.785,3 toneladas, uma elevação de 304,9% .

Anuncio coleta de dados Conab

A Conab anunciou que nesta segunda-feira (24) será iniciada a coleta de dados para compor o 2º Levantamento da Safra de Grãos 2022/23. Os técnicos já estão em visita a campo nos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins. A pesquisa será realizada remotamente nos demais estados produtores de grãos em que há cultivo nesse momento.

De acordo com Companhia Nacional de Abastecimento, além do acompanhamento contínuo do clima e dos índices de vegetação por meio de máscaras de cultivo, o acompanhamento da safra neste mês trará uma visão detalhada do avanço da semeadura das culturas de primeira safra, sobretudo na região Centro-Sul do Brasil. No momento, a ida a campo também tem o objetivo de acompanhar a fase final das culturas de terceira safra e de inverno.

Em nota comunicou também que até 15 de outubro, de acordo com o Progresso de Safra divulgado, a semeadura da soja alcançou 21,5% da área estimada para este ciclo. O milho primeira safra tinha quase 31% da área semeada. Enquanto isso, a colheita do trigo começou no Rio Grande do Sul, aumentando a área colhida do cereal, no país, para mais de 30%. O trabalho seguirá até 28 de outubro. O 2° Levantamento da Safra de Grãos 2022/23 será divulgado no dia 9 de novembro, pelo canal da Conab no Youtube. O estudo será disponibilizado na íntegra no site da Conab.

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