
O Ferroanel de São Paulo é um projeto da década de 1970 e chegou a ser cogitado para ser feito na renovação antecipada da Malha Sudeste, da MRS, em 2021.
O Ministério dos Transportes prevê inserir as obras do Ferroanel de São Paulo na proposta de concessão da Malha Oeste de ferrovias e com isso tirar a carga do Porto de Santos (SP), o maior do país, e aumentar a concorrência entre os portos do Sudeste.
Se a proposta for à frente, o novo acesso poderá criar um corredor logístico com as cargas que chegam do Centro-Oeste e facilitar ainda outro processo de concessão que está em andamento, a EF-118, que ligará o Rio de Janeiro ao Espírito Santo.
“Nossa intenção é aumentar a concorrência entre os portos e tornar o transporte ferroviário mais eficiente”, disse o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro à Agência iNFRA.
O Ferroanel de São Paulo é um projeto da década de 1970 e chegou a ser cogitado para ser feito na renovação antecipada da Malha Sudeste, da MRS, em 2021. No entanto, a obra era considerada cara e não havia projeto que pudesse qualificá-la no modelo de execução de obras da renovação.
O Ferroanel tira o tráfego de trens de carga da área urbana de São Paulo, aumentando a velocidade do tráfego. Parte dos trilhos seguirá a faixa de domínio do Rodoanel Norte, que está em obras, e o governo chegou a aplicar recursos do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) para que na obra de aterro do Rodoanel já houvesse o espaço para a nova ferrovia.
Leilão faseado mantido
A necessidade de retomar o projeto do Ferroanel apareceu porque a Malha Oeste é uma ferrovia que vai de São Paulo ao Mato Grosso do Sul, praticamente paralela à ferrovia da Rumo, a Malha Paulista/Ferronorte, que vai ao Mato Grosso. A Rumo também é a operadora da Malha Oeste, tentou uma repactuação do contrato, mas a proposta não foi aceita e o governo resolveu fazer uma nova licitação desse contrato que vence em 2026.
Mas, com os volumes que são previstos para a nova concessão da Malha Oeste, haveria um gargalo na chegada a São Paulo na Malha Paulista, o que poderia criar problemas para a nova concessionária e tornar a ferrovia pouco eficiente. Com isso, segundo Santoro, o ministério entendeu que colocar o Ferroanel de São Paulo na concessão da Malha Oeste seria essencial para a viabilidade do projeto, ampliando as opções portuárias para o transporte da carga.
A programação é que o estudo de viabilidade vá para o TCU (Tribunal de Contas da União) até o fim do próximo mês, o que possibilitaria uma licitação em 2026. O governo vai manter o modelo de ofertar num único leilão vários desenhos da ferrovia, com prioridade para quem quiser levar o traçado mais completo possível, conforme mostrou reportagem da Agência iNFRA.
Corredor logístico
Isso porque o interesse maior nessa ferrovia era por um pequeno trecho no Mato Grosso do Sul que liga uma área mineral a terminais portuários no rio Paraguai, de onde as cargas desceriam por hidrovia. Mas, com a inclusão do Ferroanel na concessão, a expectativa do governo é que mude a dinâmica do leilão, atraindo outras empresas, inclusive quem já opera no setor ferroviário.
Com o Ferroanel, a expectativa do ministério é também ajudar na viabilidade do projeto de concessão ferroviária que está mais a frente para ser licitado, a EF-118, que liga o Rio de Janeiro ao Espírito Santo. A concessão dessa ferrovia vinha sendo planejada para ser feita em etapas, com a construção do trecho São João da Barra e Nova Iguaçu (RJ), na região Metropolitana do Rio de Janeiro, para depois da construção do trecho capixaba.
Esse trecho fluminense até Nova Iguaçu se liga à malha da MRS que acessa os portos do Rio de Janeiro e chega a São Paulo. A ideia é criar um grande corredor logístico conectando todos os portos do Sudeste por ferrovia e, assim, ampliar as opções para a movimentação das cargas da região e também do Centro-Oeste.
Fonte: Agência Infra
VEJA TAMBÉM:
- Conselho Nacional do Café (CNC) se pronuncia sobre o adiamento da EUDR
- Governo brasileiro confirma possibilidade de conversa entre Lula e Trump na próxima semana
- StoneX projeta superávit global de 2,8 milhões de toneladas de açúcar em 2025/26
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.