Ícone da música caipira brasileira, Caim morre aos 80 anos

Cantor Sebastião da Silva, nacionalmente conhecido como Caim, da dupla de música caipira Abel e Caim faleceu no interior de São Paulo

Na madrugada desta sexta-feira (29), morreu o ícone da música sertaneja e caipira, o cantor Caim, aos 80 anos. O músico, que fazia dupla com Abel, estava internado no Hospital Santa Casa de Marília, no interior paulista. A informação foi divulgada pela Prefeitura da cidade. A causa da morte não foi divulgada.

Sebastião da Silva, mais conhecido como Caim, fez sucesso ao lado de Abel. Seu companheiro de carreira morreu aos 81 anos no dia 12 de janeiro de 2011. Juntos, eles ganharam diversos prêmios em festivais de rádios do interior paulista, conseguindo ficar a frente de nomes consagrados como Tonico e Tinoco e Liu e Léu.

Morre aos 80 anos Caim - icone da musica caipira - foto
Foto: Divulgação

Antes de falecer, Abel morava na cidade de Bilac, município ao lado de Araçatuba, e era uma figura conhecida na cidade. Caim, por sua vez, era de Marília. “Caim é uma das personalidades que ajudaram a construir este amor que milhões de brasileiros têm pela autêntica música raiz,por isso a sua voz permanecerá viva na nossa alma, na alma de todo o nosso Brasil”, afirmou o prefeito Daniel Alonso.

No comunicado publicado pela Prefeitura, o cantor mostrava seus talentos desde pequeno, e interpretava “as principais composições de música caipira e moda de viola”. Em 1966, ao lado de Abel, “venceu um concurso nacional de violeiros no programa Geraldo Meirelles (que sugeriu o nome da dupla). Influenciou gerações de artistas do universo sertanejo e caipira, como os cantores Daniel e Leonardo e a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano.” Ao longo de mais de 40 anos juntos, os dois tiveram grandes sucessos como Mãe Amorosa e Menino Boiadeiro.

Segundo a Prefeitura, Caim, que chegou a ser vereador da cidade, foi velado na manhã desta sexta-feira.

Confira a nota de pesar da Prefeitura de Marília

A Prefeitura Municipal de Marília, através do prefeito Daniel Alonso e do vice-prefeito Cícero Carlos da Silva, o Cícero do Ceasa (PL), comunica com profundo pesar e muita tristeza o falecimento na madrugada deste dia 29 de março de 2024 do cantor Sebastião da Silva, nacionalmente conhecido como Caim, da dupla de música caipira Abel e Caim. Nascido em 20 de janeiro de 1944 na cidade de Monte Azul Paulista, se mudou para Marília ainda na infância. O artista tinha 80 anos de idade e morava com a família no Jardim Bandeirantes, zona Oeste da cidade.

Desde pequeno cantava e na adolescência, além de interpretar as principais composições de música caipira e moda de viola, aprendeu em Marília a profissão de sapateiro. No ano de 1966, ao lado do parceiro José Vieira, o Abel, venceu um concurso nacional de violeiros no programa Geraldo Meirelles (que sugeriu o nome da dupla). Influenciou gerações de artistas do universo sertanejo e caipira, como os cantores Daniel e Leonardo e a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano.

“Caim é uma das personalidades que ajudaram a construir este amor que milhões de brasileiros têm pela autêntica música raiz,por isso a sua voz permanecerá viva na nossa alma, na alma de todo o nosso Brasil”, observou o prefeito de Marília, Daniel Alonso. O velório do cantor, que chegou a ser eleito vereador na Câmara Municipal de Marília e por anos trabalhou como radialista e apresentador de programa de auditório, será na sala 6 do Velório Municipal, a partir das 10h30 desta Sexta-Feira da Paixão, 29 de março.

O sepultamento está previsto para acontecer logo mais, às 17h, no Cemitério da Saudade. À família enlutada, o prefeito Daniel Alonso e o vice-prefeito Cícero do Ceasa enviam condolências. “Que Deus conforte a todos que amavam e ainda vão continuar amando este grande nome da nossa cidade, este grande artista da música brasileira”, concluiu Daniel Alonso.

Importância da música caipira

A música caipira reforça a identidade da pessoa que vive no campo e em contraposição aos modismos do meio urbano. As diferenças e conflitos entre urbano e rural também são levadas nas canções. O caipira é muitas vezes zombado e invisibilizado pelas pessoas da cidade.

“Eu nasci naquela serra num ranchinho beira chão / Tudo cheio de buraco donde a lua fai clarão/ Quando chega a madrugada lá no mato a passarada principia um baruião.” Os versos da canção “Tristeza do Jeca”, de Tonico e Tinoco, retratam a vida no campo de forma expressiva e singela.

Por meio da música sertaneja, ele passa a ter a palavra pública, consegue mostrar e afirmar sua identidade, inclusive nos meios de comunicação. Essa diferença entre urbano e rural é muito presente nas músicas caipiras, a exemplo da canção “Mágoa de Boiadeiro”, de Pedro Bento e Zé da Estrada, que mostra o campo sendo desvalorizado à medida que os centros urbanos avançam.

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