MST continua a criar terror e desafia Governo

Segundo as informações, o MST desocupou a área da Embrapa invadida na última semana, mas avisou que se Governo não cumprir acordo, continuaram a criar caos no campo.

Após desocupar área da Embrapa em pernambuco, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizou, na madrugada deste domingo (23), mais três ocupações na Bahia, dando sequência às mobilizações do “Abril Vermelho”. Mais de 500 famílias ocuparam terrenos em diferentes regiões do Estado, segundo anunciou o próprio movimento. Segundo o MST, as terras são improdutivas.

Invasão de terras produtivas: o prenúncio de tempos sombrios

Com essa investida, o MST descumpre a promessa de encerrar o “Abril Vermelho” após as negociações com o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Aos manifestantes, o governo federal prometeu realizar um levantamento e mapear as famílias acampadas, a fim de comprar cinco propriedades na região para o assentamento de todos, bem como o envio de lonas e cestas básicas para aqueles que seguem na espera de uma reforma agrária.

Terror: MST invade fazendas, sedes do Incra e área da Embrapa

Paulo Teixeira se pronuncia em rede social sobre ocupação de terras Foto: Reprodução/Facebook

Após ser recebido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em São Paulo, o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, disse que não havia motivos para o MST criar “constrangimento com o governo Lula”, como são as invasões.

“O MST é parceiro do governo. Está com uma agenda de produção de alimentos. Mas nós achamos justo que, no mês de abril, o MST possa apresentar a nossa pauta, que é o assentamento imediato de 60 mil famílias acampadas, na sua maioria, desde o governo Dilma (Rousseff)”, afirmou.

Através de publicação no site oficial do grupo, o diretor nacional do movimento, Ceres Hadich, afirmou que o Brasil é o “país do latifúndio, com maior índice de concentração de terras” e declarou que a reforma agrária é uma “dívida histórica com os povos do campo”. Hadich explicou que busca uma sinalização do governo de que o Planalto irá atender as demandas das famílias acampadas. “Queremos que o Ministério do Desenvolvimento Agrário apresente medidas concretas e um cronograma de ações para os quatro anos”, disse.

O Embrapa Semiárido divulgou uma nota em que classificou as terras como “patrimônio do governo brasileiro”. “Neste momento, a invasão à área da Embrapa já está trazendo danos à condução de seus trabalhos e ao planejamento da execução de projetos e ações de pesquisa, que incluem parceiros com quem temos estabelecido avanços de cooperação que repercutirão em resultados de alto potencial de adoção junto aos produtores do Semiárido”, pontua trecho do posicionamento.

As novas invasões na Bahia acirram a crise no governo Lula, decorrente das ações do MST. A avaliação é de que o governo está se tornando refém dos sem terra. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já classificou a ação do MST como “crime” e “inaceitável” em sua rede social. Na tentativa de conter o “aliado”, o governo nomeou 19 superintendentes regionais do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) com nomes indicados ou simpáticos ao MST. Também já se comprometeu a aumentar as verbas destinadas à arrecadação de terras para a reforma agrária.

Foto: Twitter Carlos Fávaro
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