
Lucas Beber, presidente da Aprosoja-MT, aponta que empresas responsáveis pelo comércio dos grãos estão atuando como “cartel” para atender mercado europeu e causando prejuízo aos produtores brasileiros
A Moratória da Soja causa inconformidade por parte dos produtores rurais, isto porque as grandes empresas estariam formando um “cartel” e dominado o setor. A afirmação é do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber. Além disso, ele disse que espera um “contragolpe” das grande empresas após votação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). As declarações foram dadas na última terça-feira, 28, em um seminário.
O acordo foi criado em 2006 quando associações se comprometeram a não comercializar soja proveniente de áreas que tivessem sido desmatadas a partir daquele ano dentro da Amazônia Legal. Entretanto, o Brasil passou a participar do acordo somente em 2008.
“Há estudos que falam que o impacto chega a quase R$ 23 bilhões na economia do Estado, que são causados pela moratória [da soja] não estimulando produtores em áreas novas que poderiam plantar, respeitando o código florestal”, declarou em entrevista durante durante i seminário “O Impacto das Moratórias da Soja e da Carne nas Desigualdades Sociais”, que reuniu mais de mil representantes do agronegócio, produtores rurais e agentes políticos em Cuiabá.
O presidente da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, afirmou na tarde da terça-feira (28), que o Estado pode ter um prejuízo de até R$ 23 milhões com a Moratória da Soja.
Segundo Lucas, empresas responsáveis pelo comércio dos grãos estão atuando como um ‘cartel’ e causando prejuízo aos produtores brasileiros. Por causa disso, ele cobrou que o Governo Federal apresente propostas para proteger e fomentar o agronegócio.
O cartel é um crime baseado no acordo, explícito ou implícito, entre empresas que buscam controlar o mercado ao determinarem preços e limitarem a concorrência. Essa prática pode prejudicar os consumidores ao aumentar os preços dos produtos e restringir a oferta deles.
“Acontece que as empresas que são responsáveis por 94% da compra de grãos aqui, de forma parecida com um cartel, não compram dos produtores, não dando opção para eles, porque a maioria dessas empresas estão aliadas para atender o mercado europeu”, afirmou.
“Essas empresas estão aliadas para atender o mercado europeu e nós sabemos que elas também têm vantagem econômica sobre isso”, pontuou.
A iniciativa da Moratória
Iniciada em 2006, a Moratória da Soja é administrada pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS), uma coalizão que envolve entidades do setor privado e organizações civis.

O principal objetivo dessa iniciativa é proteger o bioma amazônico, que cobre 53% do território do estado de Mato Grosso. Por meio deste acordo, as empresas que aderem se comprometem a não adquirir soja cultivada em áreas recém desmatadas, identificadas como tal.
Os agricultores, contudo, criticam a moratória da soja, alegando que o Código Florestal do Brasil já impõe restrições severas ao desmatamento e que o acordo pode ser mais restritivo que a própria legislação nacional.
No último dia 22 de maio, a ALMT aprovou, em primeira votação, um projeto de lei que corta os incentivos fiscais das empresas ligadas à Moratória da Soja. Porém, para Beber essa medida ainda não é o suficiente e já espera um contragolpe das grandes empresas contra os produtores.
Ele expressou preocupação com possíveis retaliações por parte dos signatários do acordo e afirmou que continuará lutando para eliminar o que considera uma injustiça contra os produtores.
“Eles também devem ter algum tipo de contra-ataque que possa prejudicar os produtores, mas nós vamos buscar todas as medidas, nós não vamos nos cansar porque nós vamos trazer justiça e a gente espera que todos que estão unidos conosco se mantenham firmes para que a gente possa acabar de vez com essa injustiça”, contou.
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