Nova espécie de cigarrinha do milho é identificada

Os pesquisadores ainda estudam o potencial da nova espécie da cigarrinha do milho de facilitar a transmissão dessas doenças; Essas doenças têm potencial de perda bastante expressivo, em especial o enfezamento, que pode variar de 60 a 80%

Pesquisadores do departamento de Agronomia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) identificaram pela primeira vez a presença de uma nova espécie de cigarrinha do milho no Paraná. A espécie foi encontrada em plantações de milho dos Campos Gerais e do norte do estado.

Esse tipo ainda é pouco conhecido no Brasil e pode causar os mesmos danos que as cigarrinhas que já atacavam as plantações de milho desde as safras de 2018 e 2019. Por enquanto, ainda são poucos os registros de insetos dessa nova espécie.

A descoberta foi feita em agosto deste ano, em plantações de milho dos Campos Gerais e do norte do estado. A espécie já havia sido identificada em Goiás e Rio Grande do Sul, mas este é o primeiro registro oficial no Paraná.

“Fizemos um levantamento nos Campos Gerais esta semana e encontramos apenas três indivíduos pertencentes à nova espécie de cigarrinha”, explicou Orcial Bortolotto, professor da UEPG.

“No levantamento realizado em Londrina, também foram poucos indivíduos encontrados e isso se demonstra como uma realidade nas outras regiões, como é o caso do Rio Grande do Sul, onde também a captura ainda tem sido pouca expressiva”, complementa.

Existem algumas diferenças de aparência entre a cigarrinha já conhecida pelos produtores e a nova espécie. A “antiga” é maior e tem duas pontuações na cabeça, enquanto a nova é menor e tem apenas uma pontuação na peça bucal.

O maior problema da cigarrinha é a transmissão de dois tipos de doenças. O enfezamento, que acontece quando uma bactéria atinge a planta do milho, e a transmissão do vírus da risca, que pode ser observado a partir da terceira folha do milho com pequenas marcas em forma de linhas.

Cigarrinha do milho
Pesquisadores da UEPG identificam nova cigarrinha do milho no PR — Foto: Reprodução/RPC

Os pesquisadores ainda estudam o potencial da nova espécie de facilitar a transmissão dessas doenças.

“Essas doenças têm potencial de perda bastante expressivo, em especial o enfezamento, que pode variar de 60 a 80% e em alguns casos mais extremos de até 100%. O vírus é um pouco menos agressivo, chegando na faixa de 20 a 30%. Mas o grande problema que a cigarrinha traz ao produtor é o caso do enfezamento”, diz Bortolotto.

Para monitorar a chegada de cigarrinhas no campo, os produtores podem usar uma armadilha amarela especial nas bordas da lavoura. Os insetos são atraídos pela cor amarela e ficam colados. O ideal é que a armadilha seja colocada antes da plantação do milho.

Para produtores como Gustavo Ribas Neto, que já precisou lidar com cigarrinhas na lavoura de milho, o importante é sempre manter o monitoramento.

“O cuidado é essencial. A perda de produtividade é muito grande e realmente não pode descuidar”, ele diz. “Esse é o ponto que a gente tem que estar muito atento, porque depois que isso se difunde realmente se torna complicado o controle.”

Medidas de controle da cigarrinha do milho

Em setembro, a safra de milho está em sua fase inicial. Segundo Orcial, é se extrema importância que produtores realizem o monitoramento da lavoura e a presença de insetos. “É importante que os produtores coloquem armadilhas nas lavouras para monitorar a chegada de cigarrinhas no campo”, diz.

Algumas das estratégias de controle são a padronização do calendário de plantio, a escolha de materiais híbridos ou tolerantes ao enfezamento e combinação de inseticidas químicos ou biológicos.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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