
Mesmo com queda de 0,67% no total de abates de bovinos, os machos avançam, com destaque para os novilhos, e atingem o maior volume desde outubro de 2024; fêmeas perdem participação e sinalizam início de retenção de matrizes
Após cinco meses consecutivos de crescimento, os abates de bovinos em Mato Grosso apresentaram retração de 0,67% em setembro de 2025, totalizando 656,31 mil cabeças, conforme relatório da Agrifatto Consultoria divulgado em 13 de outubro. A média diária de abate ficou em 25,24 mil cabeças por dia, revelando um ritmo ainda elevado, mas ligeiramente abaixo do observado no mês anterior.
Machos lideram e atingem recordes na série histórica
O destaque do mês foi o aumento de 2,24% no abate de machos, que somou 367,36 mil cabeças — o maior número desde outubro de 2024 e o terceiro maior volume da série histórica. Dentro desse grupo, os novilhos de 12 a 24 meses representaram 59,83% dos abates de machos, o segundo maior volume já registrado.
Esse movimento é reflexo do avanço do confinamento, que amplia a oferta de animais prontos para o abate e mantém a indústria frigorífica com bom ritmo de operação. A forte presença de machos terminados em sistema intensivo tem sustentado a oferta estadual, ainda que os preços do boi gordo apresentem pressão de baixa.
Fêmeas recuam e indicam início de retenção de matrizes
Na contramão, o abate de fêmeas caiu 4,14% em relação a agosto, com 288,94 mil cabeças, revertendo a sequência de altas. Mesmo assim, o volume ainda foi 19,99% superior ao registrado em setembro de 2024, o que confirma um ritmo elevado na comparação anual.
A participação das fêmeas no total de abates de bovinos, que vinha acima de 50% nos últimos seis meses, recuou para 44,03% no período — um dos menores índices do ano. Segundo o relatório, a recuperação nos preços do bezerro e a melhora nas margens da cria já sinalizam o início de uma fase de retenção de matrizes, um indicativo clássico de virada de ciclo pecuário.
Preços do boi e da vaca gorda em leve desvalorização
Mesmo com oferta robusta, o preço do boi gordo caiu 1,23% em setembro, encerrando o mês a R$ 301,37 por arroba, em média. As fêmeas acompanharam o movimento, com a vaca gorda recuando 0,10%, cotada a R$ 271,69/@.
A parcial de outubro mostra mercado lateralizado, com cotações estáveis dentro de uma faixa estreita, sem tendência clara de valorização no curto prazo. A demanda interna moderada e o pico de oferta dos confinamentos mantêm o equilíbrio, impedindo maiores avanços nos preços.
Expectativas para o fechamento de 2025
Para os próximos meses, a Agrifatto projeta redução gradual na participação das fêmeas nos abates totais, acompanhada de forte presença de machos confinados até o fim do ano. A expectativa é que o pico de saída dos confinamentos no segundo semestre mantenha a pressão sobre o mercado físico, limitando reajustes mais expressivos.
Ainda assim, fatores externos como o câmbio e o ritmo das exportações devem ser determinantes para o comportamento das cotações até o encerramento de 2025.
Em resumo, o relatório reforça que o Mato Grosso segue como termômetro da pecuária nacional, mostrando sinais claros de ajuste de ciclo: abates de machos em alta, retenção de matrizes em andamento e um mercado de preços que se equilibra entre oferta intensa e demanda contida.
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