
Tanto o projeto construtivo quanto à obra estão sendo geridos por um consórcio formado por quatro empresas de engenharia.
Com um investimento de R$ 592 milhões, a nova moega ferroviária, mais conhecida como Moegão, vai centralizar a descarga dos trens que chegam ao Porto de Paranaguá. A área onde a estrutura será instalada terá quase 600 mil metros quadrados, o suficiente para o descarregamento simultâneo de 180 vagões em três linhas independentes, o que permitirá um aumento de 63% na capacidade de descarregamento, passando de 550 para 900 vagões ao dia.
O projeto, que entrou no pacote de anúncios do governador Ratinho Junior nesta terça-feira (07), considera a realidade atual e a necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas também olha para o futuro da logística no Estado e no cenário nacional. Ele visa atender diretamente o aumento da demanda causada pela Nova Ferroeste, que ampliará em centenas de quilômetros a estrutura ferroviária no interior do Paraná, com ramais até Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, aumentando a importância logística do Porto de Paranaguá.
Além da moega exclusiva, os acessos dos Terminais da Região Leste do Porto de Paranaguá serão reestruturados, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais rodo e ferroviário. A obra envolve novas galerias de transporte para levar os produtos descarregados no moegão até os terminais logísticos da área portuária.
As intervenções são importantes para o crescimento do porto e se somam a outras obras executadas, como a derrocagem da Pedra da Palangana, com aumento de calado para aproximação de navios maiores. Com a nova estrutura, a tendência é de novos recordes na movimentação portuária anual dos portos do Paraná, que em 2022 alcançou nova marca inédita com 58,4 milhões de toneladas de cargas carregadas e descarregadas, uma alta de 9,6% em relação a 2019 após quatro anos seguidos de marcas recordes.
Das 58,4 milhões de toneladas de cargas movimentadas pelos Portos do Paraná no ano passado, 20,95% ocorreram através de ferrovias, uma alta de quase um ponto percentual em relação a 2021. Entre as 12,2 milhões de toneladas de produtos que chegaram ou saíram em vagões, 80,4% foram de açúcar, 35,39% de milho, 20,86% de soja, 20,09% de farelo de soja, 14,03% de contêineres e 11,76% de derivados de petróleo.
Para 2023, a expectativa dos operadores dos terminais do Porto de Paranaguá é de um aumento de 40% nas exportações de granéis sólidos vegetais no primeiro trimestre. A estimativa é de que cerca de 7 milhões de toneladas de soja, farelo de soja, milho, trigo e açúcar saiam do porto entre de janeiro a março, contra 5 milhões de toneladas dos produtos no mesmo período do ano anterior.
Após a conclusão do Moegão, a expectativa é de que mais 24 milhões de toneladas de grãos e farelos saiam anualmente por Paranaguá, ampliando para 50% a participação do modal ferroviário no transporte de cargas que passam pelo porto. A obra também vai gerar uma economia de 30% nos custos de transporte, diminuir os impactos ambientais com 73% a menos de CO2 emitido.
A comunidade local e quem transita pela região portuária de carro também deverão sentir os impactos positivos após a conclusão da obra. Isso porque o Moegão reduzirá de 16 para cinco os cruzamentos entre as linhas férreas e as ruas da cidade, com efeito direto na diminuição nas interrupções do trânsito e em riscos de acidentes.
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Potencial
Segundo o governador, o Moegão vai aumentar em torno de 30% da capacidade de carga e descarga de grãos pelo Porto de Paranaguá. “O trem vai chegar com a capacidade inteira para descarregamento sem necessidade de desmembramento, o que vai mudar a velocidade de carga e descarga, melhorar ainda mais a eficiência do Porto de Paranaguá e colaborar com a mobilidade do trânsito, reduzindo os trechos de entroncamento entre ferrovias e rodovias”, explicou Ratinho Junior.
De acordo com o diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná, Victor Yugo Kengo, a obra do Moegão era muito esperada pela comunidade portuária. “Ela vai trazer muitos benefícios para a cidade e para a operação logística dos Portos do Paraná, centralizando todo recebimento ferroviário do corredor leste de exportação. Os trens vão parar de interligar individualmente em cada terminal e vão passar a descarregar em um ponto só, aumentando a produtividade de toda a cadeira logística”, afirmou.
O diretor informou que, com a conclusão da licitação, o prazo para a empresa o projeto executivo é de quatro meses, quando inicia o prazo de execução da obra. “Após a conclusão da estrutura, a nossa expectativa é conseguir equalizar a balança, chegando a 50% do transporte por meio rodoviário e 50% por meio ferroviário. Com isso, também já estamos nos preparando para receber a demanda da Nova Ferroeste”, concluiu.
Reconhecimento
Nos últimos três anos, a Portos do Paraná foi reconhecida como a melhor gestão portuária do Brasil pelo governo federal, com nota máxima no Índice de Gestão de Autoridades Portuárias e destaque na Execução dos Investimentos Planejados.
Além disso, os portos de Paranaguá e Antonina foram premiados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários com o primeiro lugar em Conformidade Regulatória e posição de destaque no desempenho ambiental, sendo o porto público de grande porte melhor avaliado do País.
A autoridade portuária paranaense também foi a única do ramo no mundo a ser convidada a palestrar na Conferência do Clima da ONU nas três últimas edições: COP-27, no Egito, COP-26, na Escócia, e COP-25 na Espanha.
Fonte: Ascom AEN
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