
Desafiador, seria esse o resumo do ano de 2024; uma queda significativa nos preços da soja no mercado global, com uma desvalorização média de 21% entre janeiro e dezembro, de acordo com análise de Rafael Silveira, consultor da Safras & Mercado.
O ano de 2024 foi marcado por uma queda significativa nos preços da soja no mercado global, com uma desvalorização média de 21% entre janeiro e dezembro, de acordo com análise de Rafael Silveira, consultor da Safras & Mercado. Essa retração foi impulsionada por um aumento na oferta global do grão, enquanto problemas climáticos que impactaram safras anteriores tiveram menor incidência, especialmente no Brasil.
Oferta global e o papel do Brasil e dos EUA
A produção brasileira de soja em 2023/24, apesar de robusta, não alcançou o potencial esperado. O país colheu mais de 150 milhões de toneladas, consolidando uma das maiores safras de sua história, mas abaixo da projeção máxima de 165 milhões de toneladas devido às adversidades climáticas ligadas ao fenômeno El Niño. Já nos Estados Unidos, uma área plantada reduzida no ciclo anterior comprometeu o potencial produtivo, com uma colheita de 113,2 milhões de toneladas, resultando em estoques finais de apenas 9,3 milhões de toneladas.
Enquanto isso, a Argentina se recuperou de uma quebra histórica na safra anterior e atingiu a marca de 50 milhões de toneladas em 2024, um desempenho que restaurou sua competitividade como exportadora e player no mercado de farelo de soja.
Exportações e impacto no mercado brasileiro de soja
Mesmo com uma safra expressiva, o Brasil enfrentou uma queda no volume exportado em 2024, com 98 milhões de toneladas, ante níveis superiores no ano anterior. Esse cenário reflete a combinação de alta oferta global, variações cambiais e custos logísticos elevados. Segundo Silveira, essa dinâmica pressionou os preços ao longo do ano, especialmente no primeiro semestre.
No entanto, no terceiro e quarto trimestres, a menor disponibilidade de soja globalmente trouxe alguma sustentação aos preços. O Centro-Oeste brasileiro, por exemplo, observou um aumento no basis, refletindo ajustes entre compradores e vendedores. Isso foi sentido principalmente na indústria de esmagamento, que enfrentou dificuldades para assegurar o suprimento necessário, levando a altas expressivas no preço do óleo de soja.
Competitividade e protagonismo no comércio internacional
Durante o primeiro semestre de 2024, o Brasil se destacou como fornecedor competitivo, especialmente para a China, maior compradora da soja brasileira. Contudo, a partir do segundo semestre, o ritmo das exportações desacelerou, impactado pela menor oferta interna e pelo aumento da produção argentina. A competitividade brasileira, apesar disso, se manteve como diferencial estratégico para o setor.
O balanço de um ano desafiador
Embora o ano tenha sido de desafios para o mercado da soja, o Brasil demonstrou sua força como um dos maiores produtores globais, com uma safra robusta que sustentou seu papel no comércio internacional. A desvalorização de preços e o aumento da oferta global marcaram o período, mas ajustes no mercado ao longo do ano trouxeram sinais de recuperação.
O desempenho da safra brasileira, somado ao cenário internacional, reafirma a importância de estratégias climáticas, logísticas e cambiais para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo. A soja, mais uma vez, provou ser uma peça-chave no agronegócio global, mesmo em um ano de volatilidade.
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