
Debate no Senado expõe desinformação no material escolar sobre o agronegócio brasileiro e cobra mudanças urgentes para uma educação mais justa e científica.
Por que o material escolar brasileiro precisa de uma revisão urgente? Essa foi a pergunta que guiou um intenso debate na Comissão de Educação (CE) nesta terça-feira (17). Especialistas e parlamentares discutiram como o agronegócio é retratado nos livros didáticos, levantando preocupações sobre a formação dos estudantes e o impacto de opiniões não embasadas cientificamente.
O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), autor do requerimento que originou a audiência, foi enfático: “Estamos permitindo a propagação de narrativas contrárias ao setor agropecuário, muitas vezes sem fundamento.” O parlamentar citou um estudo da USP, divulgado pela Gazeta do Povo, que analisou 345 menções ao agronegócio em livros escolares. Destas, 87,8% não tinham base científica, limitando-se a opiniões.
Impacto no futuro dos jovens
Para Samantha Pineda, diretora da associação De Olho no Material Escolar, essa abordagem afeta diretamente a educação de qualidade no Brasil. “Estamos condenando nossos jovens a um ciclo vicioso de pobreza. O material precisa trazer realidades e as diversas faces dos problemas.”
Os debatedores também apontaram que a falta de transparência no processo de seleção de conteúdos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) contribui para perpetuar imprecisões. Como solução, sugeriram a participação de técnicos especializados e maior rigidez na avaliação dos livros.
Agronegócio: vilão ou herói?
João Demarchi, também da associação De Olho no Material Escolar, destacou a contribuição do agronegócio na preservação dos recursos hídricos. “Precisamos que os materiais didáticos reflitam a importância e as soluções que o setor oferece.” A ausência de uma narrativa equilibrada, segundo ele, compromete a formação crítica dos alunos.
O diretor técnico adjunto da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Maciel Aleomir da Silva, destacou que a educação de baixa qualidade compromete a formação de uma população produtiva. “Por que o elevado investimento em educação não traz resultados proporcionais?” questionou.
Transparência e diálogo no MEC
Representando o Ministério da Educação (MEC), a coordenadora-geral de materiais didáticos, Raphaella Rosinha Cantarino, reforçou que os editais do PNLD exigem alinhamento com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Ela também destacou o amplo diálogo com autores, pesquisadores e educadores na elaboração dos materiais.
Raphaella se mostrou aberta a revisar distorções apontadas no conteúdo e lembrou que professores podem participar da avaliação pedagógica. “Nenhuma política pública está fechada. Sempre buscamos ajustes para aprimorar o BNCC.”
O que está em jogo?
Citando os avanços do agronegócio brasileiro na segurança alimentar mundial, o senador Jorge Seif (PL-SC) alertou sobre os prejuízos da desinformação. “Estamos usando dinheiro público para distorcer a visão dos alunos sobre o maior potencial do Brasil. Isso é inadmissível.”
Conclusão: qual educação queremos?
O debate revelou um consenso: a educação precisa refletir a realidade brasileira, promovendo a pluralidade de ideias e o pensamento crítico. Resta saber se as mudanças sugeridas serão incorporadas e, principalmente, se os estudantes terão acesso a uma formação mais justa e transparente.
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