Temperaturas recordes, estiagens e chuvas extremas pressionam lavouras e rebanhos, evidenciando os desafios do produtor diante das mudanças climáticas
O ano de 2025 caminha para ser um dos mais quentes da história, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Entre janeiro e agosto, a temperatura média global ficou 1,42 °C acima dos níveis pré-industriais, o que coloca este ano entre o segundo e o terceiro mais quente já registrado. E o recado é claro: o clima está mudando rápido demais — e o campo sente primeiro.
Nos últimos onze anos, todos os registros de calor foram superados, marcando uma sequência sem precedentes. O aumento é consequência direta da alta concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, que segue batendo recordes. O dióxido de carbono (CO₂), por exemplo, saltou de 278 ppm em 1750 para 423,9 ppm em 2024 — o maior avanço já visto em apenas um ano.
O reflexo disso aparece nas lavouras e no bolso do produtor. Períodos mais longos de estiagem, ondas de calor fora de época e chuvas concentradas em poucos dias têm mudado o calendário agrícola e aumentado o custo de produção. A fertilidade do solo cai, o consumo de energia e água cresce, e a pressão sobre os rebanhos aumenta.
Os oceanos também estão aquecendo, absorvendo mais de 90% do excesso de calor retido pelo efeito estufa. Isso intensifica tempestades e altera os padrões de chuva, afetando diretamente regiões produtoras. Entre 2016 e 2025, o nível médio do mar dobrou o ritmo de elevação, alcançando 4,1 milímetros por ano, o que ameaça áreas litorâneas e portos agrícolas.
No Ártico e na Antártida, a perda de gelo segue acelerada, e todos os sistemas glaciais monitorados tiveram redução de massa pelo terceiro ano seguido. Essa mudança nos polos interfere nas correntes marítimas e no regime de ventos, influenciando o clima até nas regiões produtoras do Brasil.
E 2025 não tem dado trégua: enchentes, incêndios, ciclones e ondas de calor já causaram prejuízos em várias partes do mundo. A mensagem da OMM é direta — o aquecimento global não é mais previsão, é realidade. E, para quem vive da terra, adaptar-se ao novo clima será questão de sobrevivência e produtividade.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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