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Plataforma vai monitorar bem-estar animal das galinhas no Brasil

Plataforma online monitora empresas e estimula o fim do confinamento de galinhas em gaiolas na indústria alimentícia e estimula o bem-estar animal na América Latina

A Mercy For Animals (MFA) acaba de lançar uma inovadora ferramenta pública que visa monitorar o anúncio e cumprimento de compromissos assumidos pelas empresas alimentícias e hoteleiras mais influentes da América Latina para redução do sofrimento de animais explorados para consumo. O Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) acompanhará o progresso do setor corporativo em relação ao tratamento dispensado às galinhas em suas cadeias de suprimentos, para estimular o fim do confinamento de galinhas em gaiolas na indústria de alimentos.

O MICA é mais uma das importantes ações do Departamento de Políticas Corporativas da MFA, que direciona seus esforços para mobilizar empresas a anunciarem e executarem prontamente políticas que visem reduzir o sofrimento dos animais na indústria. O objetivo dessa linha de frente da MFA é influenciar o setor corporativo a enxergar os animais não como máquinas de produção, mas como seres vivos que merecem respeito e dignidade em vida.

No Brasil, mais de 120 empresas já anunciaram compromissos para banir integralmente de suas cadeias de suprimentos o confinamento de galinhas em gaiolas, a maior parte delas até 2025. Entre elas, estão os grandes varejistas Carrefour e GPA, as maiores redes de alimentação no país, como McDonald’s, Burger King, Subway, Spoleto, GRSA e Sodexo, e empresas como St Marche, Zaffari e Makro, além da Cia Beal de Alimentos. A MFA, por meio de suas ações de Relações Corporativas, agora reforçadas com o MICA, trabalha para assegurar que essas políticas corporativas de bem-estar animal sejam cumpridas dentro do prazo.

O MICA pode ser acessado globalmente por consumidores, investidores, imprensa e empresas concorrentes. Para o lançamento, a MFA selecionou 34 influentes empresas alimentícias da América Latina e as encorajou a reportar publicamente, de preferência, ou privadamente os avanços na transição para sistemas livres de gaiolas em suas cadeias de suprimentos. Para a construção da plataforma foram utilizadas informações disponíveis publicamente ou compartilhadas pelas próprias empresas por meio de questionário enviado pela MFA. Após esse passo, elas foram classificadas em sete categorias: Ouro, Prata, Bronze, Verde, Amarelo, Laranja e Vermelho.

As empresas nas categorias Ouro, Prata e Bronze cumpriram avanços significativos na adoção de práticas mais sustentáveis e responsáveis de tratamento aos animais. Arcos Dorados, Kraft-Heinz e GPA ocupam uma dessas categorias por estarem publicamente comprometidas e com mais de 20% dos ovos sendo provenientes de sistemas livres de gaiolas.

“Estamos muito orgulhosos por sermos a única empresa do setor na categoria bronze, no Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais. Este reconhecimento reforça que estamos no caminho certo e é fruto de um trabalho consistente, não só da Arcos Dorados, como também de toda nossa cadeia de fornecedores e nossos parceiros. Seguimos comprometidos em evoluir em todas as vertentes de bem-estar animal e usar a nossa escala para gerar impactos positivos na sociedade e no meio ambiente”, afirma Leonardo Lima, Diretor de Compromisso Social e Desenvolvimento Sustentável da Arcos Dorados.

Na categoria Verde estão as empresas que reportam alguns avanços; nas categorias Amarela e Laranja, empresas que possuem o compromisso de transição, mas não começaram esse processo ou não informaram seus progressos. Por fim, as empresas na categoria Vermelha não apresentam nenhum avanço, tampouco adoção de práticas de bem-estar animal em suas cadeias de suprimentos.

Com o pior desempenho no ranking, estão empresas como Grupo Dia, Mars, Jerónimo Martins, Barceló Hotel Group, Cencosud, FEMSA Comercio, Grupo Herdez, Organización Soriana e Walmart de México y Centroamérica que, ao contrário de muitos de seus concorrentes, sequer anunciaram compromissos proibindo os ovos de galinhas confinadas em gaiolas em suas cadeias de suprimentos na América Latina ou anunciaram compromissos que não atingem todas as regiões em que a empresa está presente, como a Cencosud, que anunciou compromisso apenas no Brasil.

Anualmente, o MICA será atualizado e novas empresas poderão ser selecionadas e integradas ao monitor, enquanto as empresas já monitoradas terão a oportunidade de mudar de categoria.

O ranking completo do MICA pode ser acessado no site.

MICA auxilia consumidores que se preocupam com a origem dos alimentos

Em pesquisa do Instituto IPSOS, que entrevistou mais de mil pessoas e revelou a realidade da indústria de ovos e das galinhas submetidas às gaiolas em bateria, 82% dos entrevistados qualificaram essa prática como inaceitável, e 71% afirmaram considerar inadmissível a venda desses ovos em supermercados e restaurantes. Ao serem questionados sobre o tratamento dado aos animais, 82% dos entrevistados relataram não aceitar o confinamento.

Com o lançamento do MICA, os consumidores poderão comparar o desempenho das empresas e usar essas informações para pedir melhorias cada vez mais significativas para a indústria alimentícia. “A sociedade está exigindo uma atuação cada vez mais responsável e transparente do setor corporativo. Por isso, evidentes objetivos da indústria, como sucesso, lucratividade e destaque no mercado, precisam ser harmonizados com políticas e iniciativas corporativas que visem o bem-estar das pessoas, dos animais e do planeta”, complementa Cecilia Valenza, Gerente de Relações Corporativas da Mercy For Animals no Brasil.

As gaiolas e a indústria de ovos no Brasil

A prática do confinamento de galinhas em gaiolas, considerada uma das piores causas de sofrimento animal, já foi banida em países da União Europeia e EUA. Além disso, mais de 2000 empresas em todo o mundo já anunciaram seus compromissos de não trabalhar com ovos produzidos nesses sistemas. No entanto, a prática ainda é muito comum no Brasil. Nesse sistema, as aves são mantidas em espaços minúsculos, sem poder andar, esticar as asas ou expressar outros comportamentos naturais. Frequentemente elas ficam presas, sofrem lacerações ou têm seus membros mutilados no aramado das gaiolas ou sob as bandejas de ração. Muitas aves morrem devido a essas condições, sendo encontradas em decomposição em meio a galinhas ainda botando ovos para consumo humano.

A avicultura de postura brasileira atingiu o recorde de 49,055 bilhões de ovos produzidos em 2019, segundo o relatório anual 2020 da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Dados do IBGE de 2018 indicam que haja 160 milhões de galinhas na indústria de ovos, sendo cerca de 95% criadas confinadas em gaiolas — mais de 150 milhões de galinhas, cada uma com espaço equivalente ao de uma folha de papel A4, vivendo em terríveis condições para produzir ovos ininterruptamente.

Estudo da Delacon conduzido em janeiro de 2020 sobre o comportamento dos jovens brasileiros aponta que os millennials do país têm um nível extremamente elevado de consciência alimentar. Quase dois terços dos entrevistados indicaram que são muito cuidadosos com o que comem, e 8 a cada 10 millennials afirmaram que consideram importante priorizar ovos e aves de marcas que seguem “boas práticas de bem-estar animal” e criam os animais “de maneira sustentável”, “de maneira a reduzir o impacto ambiental” e “sem utilização de antibióticos”.

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