Operação visa apreender 6.000 bovinos e doar carne à população do RS

Uma operação planeja apreender 6 mil cabeças de gado criado ilegalmente na Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. A carne apreendida será doada para auxiliar a população afetada pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul; confira

Na próxima semana, uma operação emergencial está programada para retirar gado criado ilegalmente na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim, localizada em Novo Progresso (PA). Esta ação, impulsionada por uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF), será conduzida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).

A Flona do Jamanxim é uma das unidades de conservação mais devastadas do país, conforme destacado pelo MPF. Desde sua criação em 2006, uma área aproximada de 115 mil campos de futebol foi transformada em pastagens ilegais, conforme os dados do ICMBio. A situação é grave, especialmente considerando que há cerca de 100 mil cabeças de gado na Flona do Jamanxim e em áreas próximas, como as Flonas Crepori e Itaituba II. Alarmantemente, estima-se que aproximadamente 85% das vendas desses animais são provenientes da criação ilegal na Flona do Jamanxim.

O MPF enfatiza a urgência de autuar e multar os responsáveis por fraudes sanitárias nesta região. A criação ilegal de gado não apenas contribui para o desmatamento desenfreado, mas também representa uma ameaça significativa à saúde pública devido à ausência de padrões sanitários adequados.

O MPF destacou a importância de autuar e multar em casos de fraude sanitária.

Além da retirada do gado ilegal, o MPF recomendou outras medidas. Uma delas é a demolição das estruturas ilegais presentes na área. Estas estruturas não apenas corroboram a prática ilegal de criação de gado, mas também representam uma infraestrutura permanente que incentiva atividades danosas ao meio ambiente. Outra recomendação crucial é a instalação de uma base de fiscalização permanente na área, visando coibir práticas ilegais futuras e proteger a flora e a fauna nativas da região.

Uma abordagem interessante proposta pelas autoridades é a destinação da carne do gado apreendido à população afetada pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul. “A carne do gado apreendido poderá ser destinada à população afetada pelas recentes enchentes no Rio Grande do Sul, com a devida autorização da Adepará” informaram as autoridades competentes.

Esta medida, que já obteve autorização da Adepará, demonstra uma maneira eficaz de aproveitar recursos resultantes de atividades ilegais para atender a necessidades legítimas da população, contribuindo assim para minimizar os impactos sociais dessas operações.

É importante destacar que a ação proposta pelo MPF não se limita a uma simples retirada de gado. Ela representa um esforço coordenado para combater a degradação ambiental, proteger a biodiversidade e garantir a aplicação efetiva da lei. A Flona do Jamanxim é um patrimônio nacional que precisa ser preservado para as gerações futuras, e esta operação é um passo crucial nesse sentido.

Em um contexto global de preocupação crescente com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade, é fundamental que o Brasil, como uma das nações mais biodiversas do mundo, adote medidas concretas para proteger suas áreas de conservação. A operação na Flona do Jamanxim é um exemplo do compromisso necessário para equilibrar o desenvolvimento econômico com a conservação ambiental.

Escrito por Compre Rural.

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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