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Origens da queda de braço na exportação de gado vivo

Em entrevista exclusiva para o Compre Rural, o Presidente do Conselho de Administração da Assocon (Associação Nacional da Pecuária Intensiva), Alberto Pessina, faz uma análise sobre o embargo das  exportações de animais vivos.

Infelizmente, o país está repleto de indecisões políticas, sociais e, a maior delas, cultural. E como era de se esperar, uma hora iria chegar até o agronegócio.

Em fevereiro desse ano, os pecuaristas e a indústria foram surpreendidos por parte dos ambientalistas e do próprio governo, quando animais estavam sendo embarcados com destino à Turquia, principal comprador de gado vivo do Brasil.

Entenda a história completa no Artigo Embarque ou desembarque, o que realmente está em jogo?

Diante de grande repercussão sobre o assunto, a Assocon veiculou essa semana nota de repúdio frente ao manifesto feito por representante do Ministério Público Federal (MPF).

A quem interessa o embargo do embarque de animais vivos?

Segundo o Presidente do Conselho de Administração da Assocon, não existe um jogo de interesses, mas sim uma opinião contrária principalmente por parte dos ambientalistas, veganos/vegetarianos e pessoas contra o abate de animais. Ele ainda ressalta que “alguns alegam que a indústria não tem interesse nesse mercado, mas quem exporta são grandes indústrias também, de tal forma que não acho que sejam elas (as indústrias) os grandes bloqueadores desse mercado”.

O dirigente também avalia os concorrentes do Brasil nesse setor. “Concorrentes internacionais poderiam ter interesse em que esse segmento não fosse ativo, quando analisado em uma forma de cadeia produtiva”. Ele avalia que há um grande “receio” dos concorrentes do Brasil, já que antes eles tinham um mercado consolidado, porém agora possuem um concorrente de grande potencial e em crescimento.

gado nelore pastando
Foto: Frade Pereira

Você acredita que esse mercado seja uma boa opção diante das dificuldades vividas na pecuária recente?

“Em âmbito de produtor e de mercado é sempre interessante você ter um mercado a mais. Ter algo a mais para vender permite que você tenha condição de escoar sua produção para um outro mercado, principalmente em um momento em que o mercado interno não está tão positivo”.

O mais importante nessa situação, segundo Pessina, é que o produtor não quer  perder esse mercado. “Não poderia nem pensar em perder esse negócio, principalmente quando você tem um mercado interno que vem sofrendo com a crise”.

Alberto Pessina, Presidente do Conselho de Administração da Assocon

Em relação ao Manifesto do Procurador, qual sua opinião?

“Demoramos anos para construir um mercado e quando começamos a dar os primeiros passos aparecem as oposições dentro do próprio país.  Em países concorrentes, a cadeia produtiva quer brigar por isso. Ela trabalha para conquistar o mercado. Quando o MPF coloca uma barreira, ele não avalia que nós estamos em crise. Temos um mercado pedindo pelos nossos produtos. E isso gera emprego e renda”.

O país tem capacidade para abastecer o mercado externo de gado vivo?

“Vejo que o Brasil tem um grande potencial, não é do tamanho do mercado de carnes, mas nós estamos crescendo. Hoje há respeito em relação às regras, maior transparência do nosso sistema, uma cadeia produtiva mais organizada, que respeita as normas internacionais. Temos ainda uma indústria muito poderosa e um rebanho que é o maior do mundo. Temos tecnologia, qualidade e quantidade de raças. Somos o maior produtor do mundo”.

“Somos o maior CELEIRO do mundo”

Alberto Pessina ainda comenta durante a sua resposta sobre a grande capacidade do Brasil frente a outros países quando o assunto é tecnologia e estrutura. “O Brasil possui grande potencial de aumentar a produtividade, ou seja, temos potencial para suprir novos mercados de forma rápida e eficiente. Também temos terras e outros fatores favoráveis à pecuária do país.”

“O Brasil tem todo o potencial para absorver esse mercado. E os nossos concorrentes lá fora não têm o mesmo potencial para crescer. Os grandes exportadores desse mercado não têm potencial de crescimento tecnológico, como o Brasil tem”.

Leia mais:

ASSOCON

Associação Nacional da Pecuária Intensiva – ASSOCON é uma entidade privada que representa produtores de gado de corte e demais integrantes da cadeia produtiva da carne bovina. Congrega um único interesse, o desenvolvimento organizado da produção pecuária de corte brasileira em qualidade com o uso racional de tecnologias.

Exportação de gado vivo reflete no mercado de bezerros

 

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