Os hectares mais importantes da propriedade rural são, na verdade, os cinco m² do escritório da fazenda

Boa gestão pode manter produtor rural competitivo no agronegócio moderno precisa fazer um controle minucioso de custos, afim de assegurar o resultado de sua atividade.

“Os hectares mais importantes da propriedade rural são, na verdade, os quatro, cinco metros quadrados do escritório da fazenda.” A frase, proferida pelo ex-ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, em recente evento na Esalq-USP, dá a exata dimensão da importância de uma boa gestão do ponto de vista financeiro, de negócios, de mercado para o produtor rural que almeja se manter competitivo no agronegócio moderno.

E a orientação para uma administração na “ponta do lápis” se torna ainda mais relevante para o pequeno produtor, que exatamente por não trabalhar sob a ótica de um negócio de escala – no qual a rentabilidade está ancorada na comercialização de grandes volumes – precisa fazer um controle minucioso de custos, a fim de assegurar o resultado de sua atividade.

De acordo com Fábio Emmanuel Braz Brass, consultor de agronegócios do Sebrae, o empresário rural que trabalha com produtos que podem ser armazenados, como, por exemplo, grãos, tem mais autonomia para realizar a operação de venda no momento que for mais vantajoso financeira ou estrategicamente. “Já não é o caso, por exemplo, do pecuarista que trabalha com leite, um produto bem mais perecível, que exige venda rápida. Este produtor precisa focar ainda mais no controle de custos”, ressalta Brass.

Outra recomendação do consultor do Sebrae é que o produtor também monitore de perto o rendimento de sua produção, fazendo diagnósticos rotineiros do retorno de investimento ao comparar recursos aplicados e resultado obtido. “É preciso medir sempre”, acentua.

Diferenciação

Segundo Brass, o pequeno produtor tem que investir cada vez mais em diferenciação de processos, produtos ou formas de comercialização, para se manter competitivo. “Ele tem que agregar valor em todas as frentes.”

De acordo com o especialista do Sebrae, mesmo o pequeno produtor que atua com commodities pode “despadronizar” seu negócio ao inovar nas operações de compra e venda por meio de grupos de aquisição de insumos e de comercialização da produção. “O cooperativismo é um caminho para isso.”

Brass destaca, ainda, que neste desafio da “descomoditização”, o pequeno produtor tem como alternativas investir em nichos de mercado, como, por exemplo, orgânicos, bem como certificações de respeito socioambiental, comércio justo e selos de identificação geográfica. “Desta forma, ele já está qualificando o seu negócio com ações que vão além da porteira, trabalhando conceitos de marketing e marcas, com foco no consumidor.”

Fonte uagro.com.br

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