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Para onde vai a arroba do boi em 2018?

A cotação da arroba do boi gordo deve aumentar 6% até o final deste ano, valorização aquém das expectativas de analistas e resultado da maior oferta de animais que atrasou o começo da entressafra.

“Esperávamos que os preços futuros para novembro seriam superiores a R$ 150 a arroba, agora, a projeção é de R$ 147 a R$ 150”, diz a diretora da consultoria Agriffato, Lygia Pimentel. A maior oferta de animais para abate é resultado da retenção de matrizes, que começou no final de 2013 e se estendeu até 2017.

A cotação da arroba na BM&FBovespa para outubro está em R$ 148,3 ante os atuais R$ 142,50 registrados pelo indicador do Cepea, que representa a média do mercado. “É um ganho bom, mas menor do que os 9% a 10% esperados”, diz o diretor da NF2R Assessoria Agropecuária, Rodrigo Albuquerque.

No acumulado do ano, a perspectiva é de um crescimento de 3,85% no preço médio em relação ao ano passado, diz o analista. “A cotação começou o ano com 8% de alta e teve o potencial de recuperação reduzido ao longo do ano, acompanhando as perspectivas de crescimento econômico do País”, explica. Nesse cenário, segundo ele, o que vai garantir ao pecuarista uma margem positiva é a gestão do negócio.

“Esse é um começo de entressafra atípico”, diz o gerente executivo de business inteligence do Minerva, Leonardo Alencar, referindo-se às escalas mais alongadas e à oferta incomum para o mês de julho.

“Os preços já deveriam estar subindo, mas estão de lado.”

No primeiro semestre do ano, a demanda por carne bovina foi prejudicada pelo excedente de oferta de suínos e aves, em função de restrições da exportação, o que reduziu os preços dessas proteínas. A greve dos caminhoneiros, em junho, causou prejuízos aos produtores e mudou esse cenário. “A paralisação acelerou o processo de redução da produção de aves e suínos que vinha acontecendo”, diz Alencar.

Ele destaca que a carne bovina encontra no segundo semestre uma situação mais confortável que no primeiro. “O consumo começa a melhorar, por questões sazonais, em um cenário em que as proteínas concorrentes estão mais caras do que estavam no primeiro semestre, amenizando a concorrência com a carne bovina”, salienta o gerente executivo do Minerva. Tanto Alencar quanto Lygia destacam que, historicamente, a demanda em ano de eleições cresce.

Frigoríficos

Se para os pecuaristas o cenário exige cautela, para os frigoríficos está mais confortável. A valorização do dólar tem impulsionado as exportações, compensando a demanda pouco aquecida no mercado interno. “Nesse cenário, os frigoríficos estão exportando o máximo possível”, afirma Alencar, salientando que há dúvidas sobre os dados de exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), cujo sistema passou por alterações. O Minerva exporta em torno de 70% da produção e concentra 45% da capacidade no Brasil.

“No nosso caso, somos beneficiados pela valorização do câmbio também na Argentina”, observa Alencar.

O frigorífico registrou prejuízo de R$ 114,5 milhões no primeiro trimestre do ano e aposta em um cenário mais favorável para os próximos meses. “O que pesou foi o resultado do quarto trimestre de 2017, quando a empresa estava no processo de integração e aceleramos o uso de capacidade nas unidades novas e no Brasil, o que gerou uma queima de caixa muito grande”, afirma o diretor de relações com os investidores do figorífico, Eduardo Puzziello.

Ele descarta novos movimentos de aquisição e diz que a meta agora é a desalavancagem. O Minerva adquiriu no ano passado as operações do JBS na Argentina, Uruguai e Paraguai, e já atua na Colômbia. “Essa diversificação permite que a empresa não fique refém de barreiras sanitárias ou questões climáticas, políticas ou de mercados”, salienta.

Desde que a Rússia suspendeu as aquisições de carne bovina brasileira, no final de 2017, a companhia passou a abastecer esse mercado via Argentina e Uruguai, por exemplo. “ Hoje, exportamos mais para a Rússia do que quando o mercado brasileiro estava aberto”, acrescenta Alencar.

Com informações do DCI.

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