Segundo o cofundador e diretor de relações institucionais da Solinftec, Anselmo Arce, “a etapa de convencer o produtor já passou”.
São Paulo, 27 – A transformação digital no campo entrou em uma nova fase, marcada pela adoção consolidada de ferramentas digitais e pela transição para um uso mais estratégico das soluções. Segundo o cofundador e diretor de relações institucionais da Solinftec, Anselmo Arce, “a etapa de convencer o produtor já passou”, e o avanço agora depende de como essas ferramentas serão incorporadas de forma mais eficiente ao dia a dia da operação agrícola.
Durante o Estadão Summit Agro 2025, Arce destacou que o Brasil viveu “um boom da digitalização da agricultura”, impulsionado pela pandemia, quando produtores passaram a adotar marketplaces, novas formas de relacionamento comercial e tecnologias antes pouco utilizadas. Esse movimento acelerou a mudança em direção a máquinas conectadas, aplicativos de gestão, sensores e robôs de monitoramento.
Ao responder sobre o estágio atual da digitalização no agronegócio, ele explicou que o produtor brasileiro assimilou rapidamente o valor da tecnologia. “O produtor já entende como a tecnologia o ajuda e consegue avaliar se determinada solução faz sentido ou não”, afirmou.
Arce também chamou atenção para o papel da tecnologia na redução de incertezas e na melhora das condições de financiamento e seguro agrícola. Segundo ele, “parte do problema do seguro é que, para a seguradora, é muito difícil definir o risco porque ela não tem informação do campo”. Com sensores e monitoramento climático instalados na lavoura, abre-se espaço para produtos de seguro mais precisos e novas estruturas de avaliação de risco.
Para o executivo, a transformação digital do agro entra agora em sua fase mais estratégica. “Não é mais preciso convencer o produtor. O desafio é estabelecer como ele vai usar a tecnologia”, afirmou.