Em outubro, o volume embarcado de carne bovina já alcança 236,2 mil toneladas; Essa performance no mercado externo tem sido essencial para manter o aquecimento da demanda, principalmente em meio a uma oferta restrita de boi gordo para o abate.
O mercado físico do boi gordo mantém preços elevados, superando os R$ 320,00/@ em diversas regiões e negociações pontuais até o momento, puxado principalmente pela alta demanda de exportação e pela restrita oferta de animais. Apesar da leve desaceleração nas elevações, analistas indicam que o cenário permanece favorável para novas altas no mercado pecuário, principalmente no início de novembro.
Os preços da pecuária têm tido fortes altas desde o final de agosto em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em São Paulo, o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 e a carcaça casada negociada no atacado da Grande SP acumulam avanço de mais de 15% somente neste mês de outubro.
A intensidade desses reajustes nos valores, no entanto, é distinta entre as praças, refletindo o nível de oferta em cada região, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Desde o final de junho, enquanto o Indicador do boi gordo CEPEA/B3 teve ganho de 40%, as demais praças do Centro-Norte avançaram entre 44 e 63%. No mesmo período, a carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo – referência para os preços da carne no mercado interno – se valorizou 36%.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, as indústrias enfrentam dificuldades para compor suas escalas de abate, que registram o menor patamar do ano. A oferta limitada, aliada à demanda aquecida, especialmente para exportação, ajuda a sustentar os preços no mercado interno.
Mercado Atacadista e Concorrência
No atacado, as cotações também seguem firmes, mas a carne bovina corre o risco de perder competitividade em relação a outras proteínas, como o frango, devido ao aumento dos preços. No momento, o quarto traseiro está cotado a R$ 23,40/kg, o quarto dianteiro a R$ 18,25/kg, e a ponta de agulha a R$ 17,50/kg.
Variações Regionais
Divergências nas apurações diárias das consultorias também são registradas. Scot Consultoria e Agrifatto observaram oscilações recentes: enquanto a Scot detectou uma elevação no preço do “boi-China” e da vaca gorda em São Paulo, a Agrifatto reportou estabilidade no mesmo período. Ainda assim, as revisões para cima se tornaram constantes no mercado físico.
Para o “boi-China”, os preços em São Paulo subiram para R$ 320/@, e a vaca gorda também registrou alta, alcançando R$ 295/@. Em outras regiões, como Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, as cotações estão estáveis, refletindo o contexto de oferta apertada.
Preços médios da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país
- São Paulo: R$ 320,00/@
- Goiás: R$ 315,00/@
- Minas Gerais: R$ 318,00/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 317,00/@
- Mato Grosso: R$ 308,00/@
Exportações Impulsionam a Demanda
As exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem fortes. Em outubro, o volume embarcado já alcança 236,2 mil toneladas e deve atingir um recorde mensal de 275 mil toneladas. O preço médio por tonelada também cresceu para US$ 4.638, o mais alto desde julho de 2023, com as receitas do mês somando US$ 1,095 bilhão, um aumento de 28% em relação ao ano anterior.
Essa performance no mercado externo tem sido essencial para manter o aquecimento da demanda, principalmente em meio a uma oferta restrita de bovinos prontos para o abate. A Scot Consultoria aponta que a média de escalas de abate dos frigoríficos é a mais baixa do ano, cerca de cinco dias, indicando que as indústrias estão com dificuldades de planejamento.
Perspectivas Futuras para o Boi Gordo
No mercado futuro, os contratos do boi gordo negociados na B3 também refletem expectativas de alta. O contrato para novembro fechou cotado a R$ 326,25/@, indicando otimismo no setor quanto à manutenção dos preços elevados.
Impacto no Varejo e Mudança de Consumo
A alta nos preços da carne bovina leva a uma busca crescente por proteínas mais acessíveis, como frango e suínos, pressionando ainda mais a competitividade da carne bovina no varejo doméstico. Na distribuição, as vendas de cortes com osso foram fracas, com pedidos de reposição abaixo das expectativas, o que pode limitar o ritmo de alta nos preços para o consumidor final.
Cotações do Boi Gordo por Região
Em São Paulo, a média para o boi comum e o “boi-China” é de R$ 320,00/@, com vacas a R$ 300,00 e novilhas a R$ 310,00. Em Minas Gerais, o boi comum está a R$ 305,00/@ e o “boi-China” a R$ 315,00/@. No Mato Grosso do Sul, a média também fica em R$ 320,00/@ para o boi, com as escalas variando entre cinco e sete dias de abate.
O mercado do boi gordo segue em trajetória de alta, impulsionado por uma demanda interna e externa aquecida e uma oferta restrita de animais. As exportações desempenham um papel crucial no suporte aos preços, e as projeções indicam que as cotações podem continuar a subir na primeira quinzena de novembro. No entanto, o varejo pode sentir uma mudança de consumo, com consumidores migrando para proteínas mais baratas em resposta à escalada dos preços.
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