PEC da Transição pode fazer Plano Safra acabar de vez

O resumo é que os bancos também podem se antecipar à retomada da alta dos juros básicos e embutir maior correção no crédito rural

Em sua última reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 13,75%. Pelo terceiro encontro consecutiva, a autoridade optou por não mexer nos juros. A decisão foi unânime. Na reunião do dia 21 de setembro, o Copom interrompeu um ciclo de 12 altas seguidas na Selic, iniciado em março do ano passado.

“O Comitê entende que essa decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e de 2024”, explicou o colegiado, no texto que acompanha a decisão.

Quais as perspectivas para os próximos meses? – Se o mercado perceber tendência de alta da Selic em janeiro, Plano Safra escasso acaba antes ainda. O que deverá proporcionar uma corrida ao crédito agrícola subsidiado é o Banco Central (Bacen) sinalizar mais preocupações com a PEC da Transição.

Assim como previsto, não houve alteração nas taxas de juros nesta quarta (7), e, sim, a renovação das preocupações, com o desequilíbrio fiscal pelo rombo de R$ 198 bilhões acima do teto para o Auxílio Brasil/Bolsa Família, já manifestadas pela autoridade pelo presidente Roberto Campos Neto

Logo, o mercado poderá esperar retomada do ciclo de alta da Selic, a partir da próxima reunião do Copom em 2023, uma vez que o Bacen é independente e não deverá dar ‘bola’ para que o novo governo Lula pensa ou deixa de pensar.

Foto: Divulgação

O crédito controlado é escasso. Para a temporada 22/23, os R$ 340 bilhões tiveram que ter um suplemento. Da 21/22, o governo teve que contingenciar no começo deste ano para segurar a demanda e aguardar a decisão de equalização dos juros.

A história será repetida, antecipadamente, inclusive, com uma onda extra de demanda, para uma oferta já quase no piso.

Um dos casos, por exemplo, é crédito controlado a 12% para produtores que faturam acima de R$ 2,4 milhões. Não há disponível, como Money Times já informou ainda no começo de novembro.

Quem quiser, só a juros livres, de 18% a 22% ao ano.

O resumo é que os bancos também podem se antecipar à retomada da alta dos juros básicos e embutir maior correção nesse crédito.

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