
Setor de suplementos minerais movimenta mais de 1,6 milhão de toneladas e reforça o papel estratégico da nutrição animal para produtividade e eficiência, aponta a ASBRAM
A pecuária de corte reafirma sua força como principal consumidora de suplementos minerais no Brasil, sendo responsável por mais de 90% do total comercializado no país, segundo balanço divulgado pela Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM). O levantamento reforça que a suplementação deixou de ser um custo e se consolidou como investimento indispensável para quem busca melhor desempenho produtivo, eficiência alimentar e maior rentabilidade por arroba.
Em 2023, as empresas do setor movimentaram 1,6 milhão de toneladas de suplementos minerais, e a expectativa é encerrar 2025 com um volume acima de 2,3 milhões de toneladas, segundo projeções da entidade. Isso representa a suplementação de mais de 67 milhões de cabeças de gado, confirmando a escala e relevância da nutrição animal na pecuária nacional.
Suplementação é pilar de produtividade e saúde animal
O consumo elevado revela a consolidação de uma prática estratégica, que garante melhor aproveitamento do pasto, aumento da fertilidade, fortalecimento imunológico e ganho de peso constante dos animais. Especialistas da ASBRAM destacam que o pecuarista brasileiro vem entendendo que suplementar é investir:
“A suplementação mineral tem uma potência de crescer mais ainda. Nosso exército de 15 mil profissionais no campo trabalha para levar conteúdo e informação, ajudando o produtor a atingir o máximo da produtividade”, afirmou Fernando Penteado Cardoso Neto, presidente da ASBRAM.
Os números confirmam o bom momento do setor: mesmo com queda pontual nas vendas em alguns meses de 2025, o mercado deve fechar o ano com alta no volume total, impulsionado pela demanda de um rebanho robusto e pela recuperação dos preços da arroba.
Mudança no perfil do consumo: mais precisão e eficiência
A análise por categoria mostra novas tendências na nutrição bovina. Enquanto núcleos e suplementos energéticos apresentaram crescimento, produtos como proteicos, concentrados e ureia tiveram leve retração. Essa mudança reflete o avanço da suplementação de precisão, com dietas personalizadas conforme a fase do animal e a qualidade do pasto.
“O mercado premia quem enxerga antes dos demais. Vivemos um ambiente volátil, e o uso inteligente dos suplementos é essencial para atravessar ciclos e garantir margem positiva”, analisa Rodrigo Albuquerque, veterinário e analista de mercado.
O destaque para suplementos energéticos mostra que os pecuaristas estão mais atentos à exigência de acabamento de carcaça e ganho de peso rápido, fatores cada vez mais valorizados pelos frigoríficos.
Fatores econômicos e cenário internacional
A nutrição animal também reflete o ambiente macroeconômico. O custo dos insumos, como soja, fósforo e potássio, tem oscilado, exigindo gestão técnica e planejamento. Mesmo assim, o Brasil segue competitivo no mercado global de carne, com exportações em alta e preços da arroba firmes. Segundo a ASBRAM, a volatilidade cambial e o aumento da demanda internacional devem sustentar os investimentos em suplementação, especialmente com o avanço das exportações e a reposição de bezerros mais valorizada.
Desafios e perspectivas para o setor de suplementos minerais
Apesar do otimismo, a gestão é determinante. A ASBRAM reforça que o produtor deve buscar orientação técnica e planejamento nutricional adequado para cada categoria animal e momento do ciclo pecuário. O setor também discute a modernização regulatória e melhor fiscalização de matérias-primas e produtos, para evitar suplementos minerais fora de conformidade, como destacou Ézio Mota, ex-auditor do MAPA.
Com foco em sustentabilidade e eficiência produtiva, o tema será aprofundado no 14º Simpósio Nacional da Indústria de Suplementos Minerais, que ocorrerá em Campinas (SP), reforçando o compromisso da entidade com boas práticas, inovação e orientação técnica.
Diante disso, a pecuária de corte brasileira se consolida como referência mundial em suplementação mineral, utilizando 90% dos produtos fabricados no país. O investimento em nutrição segue sendo determinante para produtividade, sustentabilidade e lucratividade. Com mais de 67 milhões de animais suplementados, o Brasil mostra que o caminho para um rebanho mais eficiente e rentável passa pela ciência e pela gestão nutricional inteligente.
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