
Impulsionado pela oferta reduzida de animais prontos para abate e pela forte demanda internacional, especialmente da China, o cenário atual sustenta a valorização da arroba do boi gordo pelo país.
O mercado físico do boi gordo segue em alta, impulsionado por escalas de abate cada vez mais curtas e pela forte demanda internacional, principalmente da China. Essa escassez de oferta de animais prontos para o abate e o aumento na demanda externa são fatores que sustentam a valorização da arroba no curto prazo.
Nos últimos dois meses, o preço do boi gordo apresentou uma alta expressiva de R$ 76,20/@ em São Paulo, saindo de R$ 237,90/@ para R$ 314,10/@ no fechamento do dia 28 de outubro de 2024, segundo o Indicador CEPEA. Esse aumento é o reflexo de um cenário econômico e de mercado que favorece a valorização da arroba no mercado pecuário.
Exportações em Alta
As exportações brasileiras de carne bovina seguem em um ritmo acelerado, com previsões de embarques recordes para o mês de outubro. A Agrifatto estima que o Brasil exportará 265 mil toneladas de carne bovina in natura neste mês, o que representa um aumento de 42,32% em relação a outubro de 2023, marcando o maior volume mensal já registrado. Esse avanço é um dos principais fatores que explicam a alta no preço do boi gordo.
Preço da Arroba em Diferentes Regiões
As cotações do boi gordo variam de acordo com a região, mas o movimento de alta é consistente:
- São Paulo: negociações entre R$ 310 e R$ 315/@ a prazo, com algumas chegando a R$ 320/@.
- Minas Gerais (Triângulo Mineiro): transações na faixa de R$ 310 a R$ 315/@.
- Goiás (Goiânia): negócios reportados a R$ 310 a R$ 315/@.
- Mato Grosso do Sul (Naviraí e Campo Grande): cotações em até R$ 310/@.
- Mato Grosso (Rondonópolis e Cuiabá): arroba a R$ 305/@.
Esse cenário de valorização é generalizado, abrangendo 13 das 17 praças monitoradas pela Agrifatto, enquanto as outras quatro mantiveram suas cotações estáveis.

Mercado Atacadista e Reflexo no Consumo
No mercado atacadista, a entrada dos salários no início do mês gera um aquecimento temporário na demanda, embora a carne bovina enfrente concorrência com proteínas mais acessíveis, como frango e suíno. Segundo Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, o preço do quarto traseiro está a R$ 23,20/kg, enquanto o quarto dianteiro é cotado a R$ 18,20/kg e a ponta de agulha a R$ 17,30/kg.
Impacto do Câmbio
A valorização do dólar, que fechou em R$ 5,7077, também influencia o mercado da carne bovina. Esse cenário beneficia as exportações, tornando o produto brasileiro mais competitivo no mercado externo, mas pode pressionar os preços no mercado interno.
Perspectivas e Desafios
Embora o consumidor brasileiro esteja aceitando, até o momento, o repasse das altas no varejo, o impacto desse aumento no preço da carne bovina pode limitar o consumo doméstico nos próximos meses. A margem de lucro da indústria também está em alerta, pois o preço da carcaça bovina em São Paulo está 0,5% abaixo do valor pago na arroba do boi gordo, segundo a Agrifatto. Esse cenário indica que algumas indústrias, especialmente as pequenas e médias, podem reduzir o abate para evitar prejuízos.
No fechamento desta segunda-feira, o boi “comum” foi cotado a R$ 312/@ em São Paulo, enquanto o “boi-China” ficou em R$ 315/@. Esse aumento contínuo coloca o valor da arroba do boi gordo no maior patamar desde setembro de 2022.
Nesse contexto, o mercado de boi gordo vive uma fase de valorização significativa, impulsionada pela forte demanda de exportação e pela restrição na oferta de animais prontos para o abate. Esse cenário beneficia o pecuarista, mas desafia tanto as indústrias quanto o consumidor brasileiro, que deve sentir o impacto dos preços mais elevados nas próximas semanas.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Projeto em agricultura biossalina vai fortalecer comunidades do Semiárido
O projeto tem como meta ampliar o acesso à água e fortalecer a produção agropecuária em comunidades atendidas pelo Programa Água Doce.
Continue Reading Projeto em agricultura biossalina vai fortalecer comunidades do Semiárido
Abics: exportação de café solúvel cai 4% sob efeito do tarifaço
Em receita cambial, contudo, o desempenho é positivo, com o ingresso de US$ 760,776 milhões sendo 33% superior a 2024.
Continue Reading Abics: exportação de café solúvel cai 4% sob efeito do tarifaço
Tiplam, da VLI, realiza seu maior embarque histórico de cargas, após aumento de calado dos berços de atracação
Após a ampliação do calado do terminal, que capacitou o ativo a receber embarcações de portes mais elevados, o MV SASEBO GLORY – maior navio a atracar no Tiplam – foi carregado de açúcar VHP pertencente à bp bioenergy.
Associação dos EUA pede E15 em todo o país após relatório do USDA
Em seu relatório, o USDA elevou a estimativa para a produção de milho nos EUA para um recorde de 427 milhões de toneladas.
Continue Reading Associação dos EUA pede E15 em todo o país após relatório do USDA
Promebo e Sebrae subsidiam testes de genômica e ultrassonografia de carcaça
De acordo com a superintendente de Registro Genealógico da ANC, Silvia Freitas, todas as raças avaliadas pelo Promebo serão contempladas.
Continue Reading Promebo e Sebrae subsidiam testes de genômica e ultrassonografia de carcaça
13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro entra na reta final de inscrições
Reconhecimento celebra a excelência dos cafés da safra 2025/2026 e valoriza a diversidade da produção regional.
Continue Reading 13º Prêmio Região do Cerrado Mineiro entra na reta final de inscrições