Pecuária: Queda no preço da arroba do boi gordo e generalizada

As regiões monitoradas pela Agrifatto apresentaram queda nas cotações e outras também sem sinais de recuperação; preço do milho continua caindo

Nessa terça-feira, sete praças monitoradas apresentaram queda nas cotações no mercado físico do boi gordo: AL, GO, PA, PR, RO, SC e TO. Em São Paulo os preços se mantiveram estáveis, o boi comum continuou valendo R$ 255,00/@, e o “boi China”, R$ 265,00/@. Na B3, o contrato com vencimento para maio/23 fechou o dia em R$ 262,85/@, uma queda de 0,42%.

As exportações de carne bovina in natura da quarta semana de abr/23 ficaram em 37,89 mil toneladas, média de 7,58 mil t/dia, o que representa alta de 3,82% no comparativo semanal. Ao longo dos dezoito dias úteis de abr/23 foram embarcadas 110,34 mil toneladas da proteína bovina, média de 6,13 mil t/dia, 13,30% superior a média diária registrada em mar/23 e 25,99% menor do que a de abr/22. Esse foi o menor volume mensal exportado desde dez/21, quando as exportações para a China também estavam retornando após um embargo por suspeita de EEB, em um cenário parecido com o dos últimos meses.

mercado do boi gordo - gado gordo - touro nelore no pasto
Foto: Kauam Rodrigues / @kauam_rc

Confira alguns pontos analisados pelo especialista Rodrigo Albuquerque, do Notícias do Front:

O relatório da Radar Investimentos mostra que o volume de compra de boi gordo nos níveis mais baixos de preços (p.ex.: abaixo de R$ 270 em SP; R$ 220 em GO; R$ 245 no MS) diminui, impactando o indicador de escala.

E aí? Decolagem da arroba à vista?! Evidente que isso não é o caminho mais provável para o curto prazo, afinal, estamos em safra, chegando o frio e com oferta turbinada de fêmeas para abate. Dessa sorte, já seria positivo primeiramente o estabelecimento de um piso, porque o movimento de baixa durante abril foi absolutamente avassalador, surpreendendo até quem comprou cada vez mais barato.

Segundo Rodrigo começam a aparecer leves indícios aqui e acolá (no físico), em algumas praças, que podemos estar próximos do estabelecimento desse piso. A ver ainda… A confirmar ainda… Mas…

Pensamos que o mercado da arroba da vaca gorda tem bastante probabilidade para seguir bem frouxo, batendo recordes de deságio frente à arroba de machos e de fêmeas gordas com menos de 30 meses ao abate. O animal novo ao abate, pode não ser suficiente para todo mundo adiante (a depender da demanda que vier)…

A “festa” de comprar animais novos para originar carne China a preços cada vez mais baixos, parece estar apresentando uma certa fadiga de material, se é que você me entende.

Alguma firmeza pode aparecer em plena safra? Não seria loucura? Sim, claro que seria! Mas essa tal loucura “tá tendo demais” em 2023. Por fim… repito: tudo isso está a confirmar. Já pensamos antes que R$ 250, depois R$ 240, depois R$ 230, seria o piso do boi em GO, por exemplo. Pode estar escutando apenas um ruído e não um sinal de mercado. Tem sentimento aqui também (sim, sentimento faz parte, somos humanos lidando com preços).

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Crédito: Divulgação

Acompanhando a alta do dólar e a recuperação dos prêmios de exportação, a soja voltou do feriado em valorização. Em Paranaguá/PR, a oleaginosa é comercializada na média de R$ 140,00/sc

Desvalorizações acima de 1% foram contabilizadas para os primeiros vencimentos de soja em Chicago no dia de ontem, reagindo novamente ao recuo dos futuros do complexo soja e também do petróleo WTI, além da maior demanda sendo direcionada para o mercado brasileiro. O vencimento jul/23 (ZSN23) retrocedeu 1,17% e encerrou o pregão regular de terça-feira a US$ 14,11/bu.

KWS Sementes lança híbridos de milho na Show Safra
Foto: Divulgação

O preço do milho inicia a semana em queda, a baixa demanda associada a alta oferta pressionam as cotações, que atinge a casa dos R$ 64,50/sc em Campinas/SP. O primeiro pregão de maio foi de queda para os futuros de milho na B3, especialmente para o vencimento mais curto, resultado da maior oferta da commodity no mercado interno e dos compradores afastados das aquisições. Renovando mínimas, o contrato jul/23 (CCMN23) recuou 1,79% e fechou o pregão regular de 3ª feira (02) cotado em R$ 61,99/sc

Em Chicago, os futuros de milho acumularam novas perdas nesta terça-feira, refletindo o andamento do plantio nos EUA, que atingiu 26% da área até 30/abr, e a continuidade de baixa dos futuros de trigo na CBOT. O vencimento jul/23 (CN23) variou -0,77% e terminou a sessão diurna de terça-feira (02) cotado em US$ 5,80/bu.

Fonte Agrifatto

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