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Pecuarista: Doenças que podem aparecer no rebanho neste outono-inverno

Na atividade agrícola e pecuária tudo depende do clima, que influencia desde o crescimento do pasto até o aparecimento de doenças no rebanho. Para saber como o pecuarista pode se preparar para este outono-inverno, o Portal DBO entrevistou o professor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Enrico Ortolani, e o meteorologista Celso Oliveira, da Somar.

Abril

De acordo com Oliveira, o que mais chama a atenção logo no início do outono é que o mês de abril não será como o do ano passado. “Em 2016, abril foi seco e quente por conta do El Niño, que provocou bloqueios atmosféricos impedindo que frentes frias chegassem ao Sudeste, Centro-Oeste e Paraná”, afirma. Este ano, embora a expectativa seja de que o norte de Minas; Goiás e Mato Grosso registrem chuvas abaixo da média histórica, que vai de 1961 a 1990, o volume deve ficar acima do registrado em 2016. No Sul, segundo o meteorologista, os acumulados devem ultrapassar a média histórica em abril.

Diante desse cenário para o começo da estação, Ortolani alerta para a necessidade de vermifugar o rebanho. “Mais chuvas favorecem a persistência de larvas na pastagem, aumentando o risco de verminoses”, diz. Daí a importância de seguir o calendário, e não esquecer nenhuma etapa do processo. “O ideal é fazer a vermifugação preventiva no esquema 5-8-11, ou seja, em maio, agosto e novembro”.

A escolha do vermífugo também deve ser cautelosa, dada a resistência cada vez maior a esses medicamentos. Ortolani recomenda que o produtor deixe de lado produtos à base de ivermectina e doramectina e, no banco de reserva, a abamectina e eprinomectina, que pertencem à mesma família das outras duas. Sobram como opção vermífugos injetáveis como a moxidectina, o levamisole e o albendazole. “Uma outra possibilidade seria o uso de triclorfon via oral, pois ele atua muito bem sobre os vermes resistentes. Por ser organofosforado, porém, há risco de intoxicação em caso de dosagem maiores, além da possibilidade de aborto. Assim, só seu veterinário deve decidir pelo uso e ser responsável pela aplicação”, afirmou o médico veterinário já em um artigo publicado na Revista DBO.

Maio/Junho

“Em maio, o clima é mais seco tanto no Sudeste como no Centro-Oeste, com uma queda acentuada na quantidade de chuvas”, diz Oliveira. Os volumes ficam dentro da média com uma distribuição melhor do que houve no ano passado.

“No Sul, teremos chuvas mais fortes, acima da média principalmente em Santa Catarina, e que devem exceder a média histórica”, afirma o meteorologista. A segunda quinzena do mês também é marcada pela entrada de ondas de frio pelo Sul, com a possibilidade de ocorrência de geadas. “A diferença em relação ao ano passado é que o frio não deve ser duradouro, com uma madrugada que seja, ou duas, podendo trazer essas geadas”. Entre a segunda quinzena de maio e primeira de junho, ondas de frio mais intensas chegam ao Centro-Sul do Brasil, aumentando o risco de geadas.

Para Ortolani, o excesso de chuvas no Sul já deixa o alerta de que é preciso se preocupar com clostridioses, como a hemoglobinúria bacilar. A doença, bastante comum na região Sul do Brasil, é ocasionada pela bactéria C. haemolyticum, podendo causar anemia intensa e icterícia, provocando febre, abatimento e morte súbita dos animais. A prevenção deve ser feita com a vacinação dos animais jovens.

Julho

Em julho, são esperadas chuvas acima da média no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, havendo alerta para precaução com o aparecimento de um El Niño, que promete ser mais fraco do que aquele registrado em 2015. Segundo Oliveira, a principal diferença será resultante do aquecimento desuniforme das águas do Pacífico, que pode provocar oscilações no clima. “Com o fenômeno, dificilmente teremos chuvas persistentes no Sudeste e Centro-Oeste. A tendência é de que haja uma flutuação no inverno, com um mês mais seco seguido de um mês mais úmido”, explica o meteorologista da Somar. O El Niño, no entanto, deve perder intensidade no decorrer do segundo semestre, tendo curta duração.

Por volta dessa época, considerando que o tempo estará mais seco no Centro-Oeste, é importante ter atenção também a doenças respiratórias em bovinos que entram no confinamento. Nesse sentido, a dica do professor Ortolani é evitar a formação de poeira nas instalações.

Fonte: Portal DBO

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