Pecuarista ganha ‘queda de braço’ e boi firma a R$ 295/@

A queda de braço travada entre o produtor e o frigorífico têm resultado em preços maiores da arroba, com pecuarista cadenciando as vendas diante da boa oferta de pasto!

O mercado físico do boi gordo fechou a semana com preços firmes. A razão deste movimento é que as escalas de abate estão encurtadas, levando a indústria frigorífica a atuar de maneira mais contundente na compra de gado. Em mais um dia de alta, a sexta-feira (10) teve negociações acima da referência média, a depender da categoria e praça avaliada.

Segundo a Scot, com a boa qualidade das pastagens, o produtor tem segurado os seus animais na fazenda por mais dias, na busca de preços melhores, acrescenta ela. Por sua vez, as indústrias frigoríficas, na necessidade de cobrir as suas escalas de abate, têm cedido em preço, até certo ponto.

Novamente, a alta dos preços no Mato Grosso do Sul é destaque. “O movimento se iniciou de maneira mais rápida na Região Sudeste agora afeta de maneira mais incisiva Mato Grosso do Sul e Goiás. Mato Grosso e a Região Norte ainda destoam e apresentam movimentos mais tímidos, mas já contam com maior propensão a reajustes”, diz o comentarista Iglesias. da Agência Safras&Mercado.

O “boi China” está cotado em R$290,00/@, preço bruto e a prazo. Iglesias ainda destaca que os animais padrão China permanecem muito demandados, e carregam ágio de R$ 15/20 em relação a animais destinados a mercado doméstico.

O pecuarista de Passos, interior de Minas Gerais, conseguiu vender seus animais por R$ 295,00 com pagamento no prazo de 30 dias e abate programado para dia 13 de fevereiro, conforme imagem extraída do app da Agrobrazil.

Segundo o Indicador do Boi Gordo do CEPEA, os preços encerram a semana com variação positiva de 2,18% na composição mensal. Com isso, os valores chegaram a R$ 295,00/@ nessa sexta-feira, 10, com grande pressão positiva do mercado. Cabe ainda destacar que, neste cenário, o valor é o maior informado até o momento para os últimos 30 dias úteis, conforme o gráfico abaixo.

Segundo a Scot, na sua avaliação diária, a cotação da novilha subiu R$3,00/@ nesta sexta-feira. O boi está cotado em R$280,00/@, a vaca em R$261,00/@ e a novilha em R$270,00/@, preços brutos e a prazo.

“A queda de braço entre o produtor e o frigorífico têm resultado em preços maiores da arroba”, relata Jéssica. Com a boa qualidade das pastagens, o produtor tem segurado os seus animais na fazenda por mais dias, na busca de preços melhores, acrescenta ela.

Por sua vez, as indústrias frigoríficas, na necessidade de cobrir as suas escalas de abate, têm cedido em preço, até certo ponto, continua Jéssica. “Alguns negócios são vistos acima da referência, mas, por enquanto, são esporádicos e não refletem todo o mercado”, pondera a analista.

Segundo a S&P Global, os volumes significativos de chuvas que ocorrem no Estado de São Paulo e em outras regiões do País favorecem a retenção de animais nas propriedades, devido às boas condições das pastagens. “Assim, muitos os pecuaristas aguardam cotações superiores que as vigentes para efetuarem novos negócios”, ressalta a S&P Global.

O outro lado do mercado

Por outro lado, nas regiões Norte e Nordeste, há um certo descompasso entre oferta de animais para abate e a necessidade de compra das indústrias. Nessas duas regiões, os preços da vaca sofreram novos ajustes negativos, já que oferta de animais nesta categoria avançou significativamente.

“Grande parte dos frigoríficos instalados do Norte e Nordeste tem a sua produção de carne bovina destinada basicamente ao mercado doméstico, e o atual fluxo de escoamento não está sendo suficiente para esgotar os estoques nas câmaras frias”, justifica a S&P Global, referindo-se à dificuldade em repassar a mercadoria para a ponta final da cadeia (consumidores).

Abate de bovinos

No 4º trimestre de 2022, foram abatidas 7,44 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Houve alta de 6,9% frente ao 4º trimestre de 2021 e redução de 5,2% em relação ao 3º trimestre de 2022.

A produção de 2,02 milhões de toneladas de carcaças bovinas no 4º trimestre de 2022 consistiu em incremento de 4,7% em frente ao mesmo trimestre do ano anterior, e diminuição de 5,6% frente ao apurado no 3º trimestre de 2022.

Confira as cotações pelas praças do país

  • Em São Paulo (SP), a referência para a arroba do boi subiu para R$ 294.
  • Em Minas Gerais, os preços fecharam em R$ 297.
  • Em Dourados (MS), a cotação se manteve R$ 267.
  • Em Cuiabá (MT), a arroba de boi gordo finalizou o dia cotada a R$ 246.
  • Em Goiânia (GO), a arroba está em R$ 272.

Mercado atacadista

O mercado atacadista apresentou preços mais altos para a carne bovina. De acordo com Iglesias, o ambiente de negócios ainda sugere por alguma alta das cotações no curto prazo, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição entre atacado e varejo.

“Mais uma vez é importante citar que a situação das proteínas concorrentes, em especial da carne de frango ainda é o grande limitador para altas mais consistentes da carne bovina no atacado”, destaca o comentarista.

Então, o quarto dianteiro foi precificado a R$ 15,50 por quilo, alta de R$ 0,50.  Já a ponta de agulha ficou com preço de R$ 15,15. Por fim, o quarto traseiro do boi ficou cotado em R$ 20,50, preço R$ 0,50 maior por quilo.

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