
O resultado foi uma queda significativa nos preços do boi gordo – cerca de R$ 40/@ para a parcial do mês de dezembro, mas sem abalar a boa perspectiva para o biênio 2025-2026. Veja a análise dos especialistas.
O mercado pecuário brasileiro atravessou um dos momentos mais conturbados no final de 2024, marcado por extrema volatilidade e divergências de análise. Conforme detalhado por Rodrigo Albuquerque, especialista do Notícias do Front, os últimos 15 dias foram um desafio para o setor, com emoção em excesso e razão em falta. O resultado foi uma queda significativa nos preços do boi gordo, mas sem abalar a boa perspectiva para o biênio 2025-2026.
O ciclo pecuário está em transição para uma fase de alta nos preços da arroba, conforme destaca Lygia Pimentel, diretora-executiva da Agrifatto. Segundo ela, a valorização deve ocorrer entre 2025 e 2026, impulsionada pela liquidação expressiva de fêmeas entre 2022 e 2024, o que reduzirá a oferta de gado para abate nos próximos anos, criando um cenário favorável para os pecuaristas.
Novembro: a máxima dos pecuaristas
Em novembro, os pecuaristas conseguiram maximizar suas estratégias de venda, aproveitando um período de retenção de oferta na ponta vendedora. Essa retenção, somada a uma surpreendente demanda interna e externa ao longo de 2024, sustentou os preços da arroba em alta. Conforme os dados das principais consultorias, os preços do boi gordo alcançaram negociações de até R$ 365/@, nas praças paulistas.
Segundo Rodrigo Albuquerque, a alta dos preços no segundo semestre foi um presente antecipado, impulsionado pelos seguintes fatores:
- Oferta controlada: apesar de um ano com forte incremento no abate (superando dois dígitos), o mercado enfrentou uma oferta menor no fim do ano.
- Demanda aquecida: o mercado externo apresentou um crescimento próximo de 30% no volume exportado, enquanto o mercado interno aumentou seu consumo de carne.
Dezembro: frigoríficos impõe a mínima
Chegando ao mês de dezembro, o cenário mudou drasticamente. Os frigoríficos conseguiram impor quedas expressivas nos preços da arroba e nos demais indicadores. Dados adaptados do CEPEA entre 28 de novembro e 12 de dezembro revelam:
- Arroba do boi gordo caiu cerca de 10% em reais e 12% em dólares.
- Bezerro sofreu uma desvalorização de 13%.
- Carne bovina no atacado registrou queda de 3%.
Essa situação ocorre em um mercado vazio, com menos abates e uma ponta vendedora menos ativa. Conforme Rodrigo Albuquerque destaca: “Na última quinzena, teremos um mercado de exceção, com poucas referências no mercado físico e muita volatilidade na bolsa”. A expectativa é de que a maior parte dessa “pernada” de baixa já tenha ficado para trás.
Ciclo pecuário: a alta virá
A diretora-executiva da Agrifatto, Lygia Pimentel, reforça que o ciclo pecuário está caminhando para uma fase de alta nos preços da arroba, prevista entre 2025 e 2026. Esse movimento é consequência da liquidação intensa de fêmeas entre 2022 e 2024, que naturalmente reduz a oferta de gado para abate no médio prazo.
Ainda segundo Lygia, o relatório de projeções de preço da Agrifatto oferece uma visão de longo prazo para o mercado, auxiliando produtores a adotar estratégias comerciais mais precisas.
O que esperar para 2025?
Embora o mercado atual esteja testando limites, o recado é claro: o cenário de alta para a arroba se mantém firme no horizonte. Como alerta Albuquerque, pecuaristas precisam estar preparados:
“Sem gestão de risco de preços, sempre faremos parte do cardápio, ao invés de ficarmos com o garfo nas mãos.”
Portanto, a volatilidade extrema exige atenção, planejamento e gestão estratégica, mas o ciclo de alta virá, trazendo oportunidades para o pecuarista que estiver pronto para aproveitá-las.
Compre Rural com dados adaptados do Notícias do Front e falas de Rodrigo Albuquerque e Lygia Pimentel.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
Juros altos vão sufocar economia, diz CNI
Ricardo Alban considera “injustificável” país sustentar a taxa mais alta de juros desde 2006 em meio a cenário conturbado e possibilidade de aumento de impostos
Abertura de mercado na União Econômica Euroasiática para exportação de fármacos de origem animal
As novas autorizações contemplam retina bovina e suína, próstata bovina, cartilagem escapular bovina, ovários bovinos e glândulas do timo bovino.
Aprosoja MT considera derrubada de veto fundamental para produção de bioinsumos on farm
Para a entidade, a lei garante não somente a redução dos custos na lavoura, mas também a sustentabilidade da produção.
CNA prevê Valor Bruto da Produção de R$ 1,52 tri em 2025, alta de 12,3% ante 2024
Em nota, a CNA diz que a receita estimada para a agricultura é de R$ 1,0 trilhão, alta de 12,5% em relação ao ano passado.
Continue Reading CNA prevê Valor Bruto da Produção de R$ 1,52 tri em 2025, alta de 12,3% ante 2024
Parque da Água Branca volta ser a sede da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga
O espaço moderno carregado de muito história que simboliza a retomada da identidade institucional da entidade.
Com mais de 17 milhões de hectares em sistemas ILPF, Brasil aumenta competitividade no mercado global
A expectativa é que a integração-lavoura-pecuária-floresta continue crescendo e promovendo um desenvolvimento rural cada vez mais sustentável.