Pecuaristas intensificam os investimentos em genética bovina – alta de 11,7%, aponta Index ASBIA

O relatório — considerado o mais completo raio-x da inseminação artificial no país — revela que os pecuaristas intensificaram os investimentos em genética bovina em ritmo acelerado, tanto na pecuária de corte quanto na de leite.

O agronegócio brasileiro segue fortalecendo a base tecnológica que sustenta sua competitividade global. Dados recém-divulgados pelo Index ASBIA do 3º trimestre de 2025, compilados pelo Cepea/Esalq a pedido da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), mostram que os investimentos em genética bovina cresceram de maneira robusta entre julho e setembro. O relatório — considerado o mais completo raio-x da inseminação artificial no país — revela que os pecuaristas intensificaram o uso de material genético em ritmo acelerado, tanto na pecuária de corte quanto na de leite.

O levantamento demonstra que o setor continua apostando na melhoria genética como pilar estratégico para produtividade, sustentabilidade e rentabilidade. Adoção crescente da inseminação artificial, avanço da produção nacional de sêmen e aumento do fluxo internacional de material genético consolidam o Brasil como referência global na área.

Crescimento expressivo nos investimentos em genética bovina

O Index ASBIA aponta que, no terceiro trimestre, o uso total de doses de sêmen cresceu 11,7%, passando de 7,4 milhões para 8,3 milhões de unidades no comparativo anual. Quando observadas separadamente, as duas principais cadeias da bovinocultura também registraram avanços sólidos:

  • Pecuária de corte: alta de 11,5%, saltando de 5,9 milhões para 6,6 milhões de doses.
  • Atividade leiteira: crescimento ainda mais expressivo, de 12,4%, partindo de 1,5 milhão para 1,7 milhão de doses.

Esse movimento reforça o papel central da genética como ferramenta de evolução dos rebanhos, seja para eficiência produtiva, qualidade da carne, desempenho reprodutivo ou produtividade leiteira.

Produção nacional de sêmen avança quase 30%

Outro dado relevante é o avanço da produção brasileira de sêmen, que cresceu 29,6% no período, passando de 5,3 milhões para 6,9 milhões de doses. O volume inclui material genético voltado tanto ao corte quanto ao leite, e demonstra a capacidade crescente da indústria nacional em abastecer o mercado interno e atender à demanda internacional.

Importações e exportações disparam no trimestre

A movimentação internacional de sêmen bovino também foi destaque.
Entre julho e setembro de 2025, a importação subiu 29,8%, indo de 1,7 milhão para 2,3 milhões de doses. O número mantém a tendência observada nos dois trimestres anteriores, indicando demanda crescente por genética específica de países tradicionalmente fortes no setor, como Estados Unidos e Canadá.

Do lado das exportações, o relatório revela uma expansão significativa, que reforça o protagonismo brasileiro:

  • Sêmen de corte: crescimento de 26,7%, de 175.968 para 222.903 doses embarcadas.
  • Sêmen leiteiro: alta de 20,5%, passando de 83.171 para 89.460 doses.

Para a executiva da ASBIA, Lilian Matimoto, os números evidenciam o reconhecimento internacional da qualidade do rebanho nacional: “Essa é uma demonstração clara do quanto o mercado internacional confia na qualidade da nossa pecuária – uma das mais importantes do mundo.”

Prestação de serviço também cresce e fortalece modelo de melhoramento

A chamada prestação de serviço, modalidade em que empresas especializadas coletam e industrializam o sêmen de reprodutores de propriedade de pecuaristas, também registrou avanço. O número de doses processadas passou de 325.685 para 349.719, crescimento de 7,4%.

Esse modelo vem ganhando espaço entre produtores que buscam multiplicar a genética própria e acelerar o ganho genético de suas fazendas.

Lilian Matimoto destaca a importância do desempenho registrado: “Todos esses dados nos trazem muita satisfação. Temos trabalhado para levar a mensagem da importância do investimento em genética para o contínuo aumento da produtividade da pecuária e, a cada relatório trimestral, sentimos que essa dedicação tem surtido efeito.”

Inseminação artificial já está presente em quase 80% dos municípios brasileiros

Um dos destaques do levantamento é a expansão territorial da técnica.
Segundo o Index ASBIA, a inseminação artificial esteve presente em 78,7% dos municípios do país no terceiro trimestre de 2025. O dado confirma a consolidação da ferramenta não apenas nas grandes fazendas tecnificadas, mas também entre pequenos e médios produtores em diferentes regiões.

Sobre a ASBIA

Fundada em 1974, a Associação Brasileira de Inseminação Artificial atua na promoção, difusão e fortalecimento da IA na pecuária nacional, colaborando com o setor público, apoiando o desenvolvimento das empresas do ramo e contribuindo para ampliar o mercado de genética bovina no Brasil. A entidade mantém o Index ASBIA como referência nacional para análise e planejamento do setor.

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