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Perdas de bezerras leiteiras chega a 15% ao ano

Fazendas de leite perdem 15% das bezerras com menos de um ano de vida por problemas sanitários e de manejo, confira os indicadores por perfil de rebanho, inédito no Brasil.

Dados são referentes a 900 fazendas que estão entre as mais tecnificadas do país, por isso, extrapolando, provavelmente, o número real deve ser ainda maior.

Quinze em cada 100 bezerras nascidas em fazendas de leite no Brasil morrem antes de completar um ano de vida, na maioria dos casos por questões de resolução simples e barata, como manejo e boas práticas sanitárias e profiláticas. O dado é do Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB), divulgado recentemente, com base nos dados de cerca de 900 fazendas de leite entre as mais tecnificadas do país. “Das 69.000 bezerras nascidas entre abril de 2018 e março de 2019 nessas fazendas, foram registradas aproximadamente 11 mil baixas, desconsiderando-se os descartes voluntários”, contabiliza Heloise Duarte, médica veterinária e diretora-geral do IILB.

“A mortalidade real de todo o rebanho de leite brasileiro pode ser bem maior”, alerta Heloise Duarte porque, segundo ela, os dados recentes do IILB originam-se de um levantamento feito junto a cerca de 900 fazendas entre as mais tecnificadas do país, responsáveis pela produção de 1,37 bilhão de litros de leite por ano, aproximadamente 4% da produção nacional. “A informação de sobrevivência é um importante recurso para realizar projeções de rebanho e planejamentos financeiros”, conclui a diretora.

Perdas de bezerras leiteiras chega a 15% ao ano
Fonte: Rehagro

Segundo ela, 56% das mortes de bezerras registradas pelo levantamento do IILB devem-se a três fatores: diarreia (21,00%), tristeza parasitária (20,43%) e pneumonia (14,29%). “Essas são causas que podem ser resolvidas com ações de gestão simples, que não exigem investimentos vultosos”, diz Heloise Duarte. “A diarreia decorre da falta de higiene nos currais, a tristeza parasitária é transmitida por carrapato e a pneumonia pode ser reduzida com maior cuidado na acomodação dos animais”, exemplifica ela.

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Foto: GirolandoManG

Para ela, pode-se notar a diferença entre as fazendas que gerenciam esses problemas. Pelos dados do IILB, as fazendas posicionadas entre as “top 10%”, a mortalidade das bezerras é 41% menor. “Nessas, morrem 9 a cada 100, e isso é uma grande diferença”, diz ela. Outro ponto de comparação feito pela diretora: nos Estados Unidos, uma referência entre as fazendas de leite, a Dairy & Calf Heifer Association (DCHA) indica que a expectativa ideal é de uma mortalidade de 10% de bezerras e novilhas até os 24 meses (dois anos).

Enorme potencial de melhoria

O IILB é uma nova maneira simples e prática de medir a qualidade e a eficiência da produção de leite de toda a cadeia produtiva no Brasil. Ele é composto por 12 indicadores-chave das áreas de Reprodução, Produção e Recria (a sobrevivência de bezerras é um deles), medidos por meio dos dados das fazendas usuárias do sistema de gestão Ideagri. Das 5.000 usuárias do sistema, 900 atenderam aos critérios de qualidade e pontualidade dos dados inseridos no sistema entre abril 2018 – março 2019. Combinados com peso por nota e personalizados por perfil de rebanho, os indicadores compõem uma nota única que permite às fazendas compararem seu desempenho dentro de uma mesma base comparativa.

No período analisado pelos dados mais recentes do IILB, o índice Brasil atingiu a nota de 3,68 pontos (em 10,0 possíveis). No período anterior (janeiro 2018 – dezembro 2018), a média geral Brasil foi de 3,97. “São dados coerentes e a leve queda pode refletir o aumento da base, que no primeiro boletim foi de cerca de 600 fazendas e agora, no segundo, alcançamos 900 fazendas”, diz Heloise. No Brasil, a região com melhor desempenho foi a região Sul, com média geral de 3,74.

“Permanece a ampla margem para a melhoria de desempenho do rebanho nacional e para o incremento da produtividade dentro do universo dos rebanhos ranqueados”, diz Heloise Duarte. Ela aponta, por exemplo, que os “top 10%” obtiveram nota 6,36, ou seja, 60% melhor que a média geral de todas as fazendas analisadas.

Dados são abertos para consulta, por perfil de rebanho.

Os dados do IILB, por indicador-chave, podem ser acessados no site. O número de informações abertas para o público em geral é generoso, mas o cliente da Ideagri poderá, por meio de seu cadastro, acessar os dados do IILB e fazer comparações diretas e instantâneas com seus próprios indicadores. Os dados das fazendas são preservados, só podendo ser acessados pelos proprietários dos cadastros. Para os demais interessados, os dados da pontuação geral e as médias brasileiras para os indicadores estão disponíveis por meio de um cadastro simples no site.

Uma novidade que chega com o boletim 002 do IILB é a apresentação dos indicadores por perfil de rebanho, inédito no Brasil. São três perfis disponíveis:

  • Perfil 1 – predominância de Leite Europeu (> 93,75% de genética europeia);
  • Perfil 2 – intermediário (entre 93,75% e 75% de genética europeia);
  • Perfil 3 – leite mestiço (< 75% de genética europeia).

“A divisão por perfis é a melhor forma de oferecer ao produtor um índice e indicadores que permitam comparações adequadas por tipo de rebanho e características produtivas”, informa Heloise Duarte.

Confira os dados, baixando o informativa aqui.

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