
Além disso, foi autorizado o sequestro de mais de R$ 82 milhões e decretada a indisponibilidade de áreas griladas avaliadas em cerca de R$ 143 milhões. A ação visa desmantelar um esquema de fraudes na regularização de terras públicas federais ocorrido entre 2017 e 2019.
A Polícia Federal (PF) realizou uma importante ação em Rondônia nesta quinta-feira, 3 de outubro, que culminou no desmantelamento de um esquema milionário de fraudes fundiárias. A Operação Declínio cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho, Vilhena e Guajará-Mirim, como parte de uma estratégia maior para combater fraudes na regularização de terras públicas federais entre os anos de 2017 e 2019.
A operação não apenas desmantelou um dos maiores esquemas de grilagem de terras da região Norte, como também revelou um complexo sistema de falsificação de documentos e uso de “laranjas” para esconder os verdadeiros beneficiários das terras. Segundo as investigações, o grupo criminoso já havia sido alvo da Operação Julius Caesar e, desta vez, envolvia fraudes sofisticadas que permitiram a abertura de matrículas fraudulentas em nome de terceiros, que posteriormente transferiam as propriedades para membros da organização.
Detalhes do esquema
O modus operandi do grupo envolvia a falsificação de títulos de propriedade com o auxílio de servidores públicos corruptos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Esses servidores facilitavam o cadastro irregular de áreas públicas, permitindo que Certificados de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) fossem emitidos com base em documentos falsos. Isso tornava possível que terras públicas, destinadas à reforma agrária ou preservação ambiental, fossem ilegalmente apropriadas e repassadas para o mercado, gerando lucros milionários para os fraudadores.
Entre as áreas diretamente afetadas pelo esquema, foram identificados 11 lotes fraudulentos localizados nas Glebas Baixo Candeias e Igarapé Três Casas, além das ocupações irregulares nas Fazendas Ipê e Mustang. A magnitude das fraudes e o valor envolvido chamam atenção, com a Justiça determinando o sequestro de mais de R$ 82 milhões, além da indisponibilidade de áreas griladas avaliadas em cerca de R$ 143 milhões.
Crimes e consequências
Os envolvidos no esquema podem responder por uma série de crimes graves, como estelionato majorado, associação criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva, invasão de terra pública e lavagem de dinheiro. Essas acusações refletem o impacto negativo que esquemas de grilagem de terras trazem não apenas para o patrimônio público, mas também para o meio ambiente e as comunidades locais.
A grilagem de terras públicas, além de ser um crime econômico, contribui para o desmatamento ilegal e a degradação ambiental, uma vez que muitas dessas áreas são destinadas à preservação ambiental ou uso sustentável. Em Rondônia, um dos estados com maior índice de desmatamento da Amazônia, ações como essas agravam ainda mais a crise ambiental, além de prejudicar o desenvolvimento sustentável da região.

Importância da regularização fundiária e combate à corrupção
A operação da Polícia Federal destaca a importância de medidas rigorosas no processo de regularização fundiária no Brasil, especialmente na Amazônia Legal, onde a pressão por terras para atividades agropecuárias tem sido intensa. A transparência nos processos de concessão de terras públicas e a atuação de órgãos como o INCRA são cruciais para evitar que fraudes desse tipo continuem a ocorrer.
Além disso, a corrupção dentro de órgãos públicos, como revelado nesta operação, enfraquece o Estado e gera desconfiança na sociedade. Por isso, é essencial que ações de fiscalização e controle sejam fortalecidas, não apenas para punir os envolvidos, mas para garantir que os processos de regularização de terras sejam justos e legais.

Próximos passos da operação que desmantelou a fraude na regularização de terras públicas
A Operação Declínio segue em andamento, com as autoridades empenhadas em identificar outros possíveis envolvidos e em recuperar as áreas indevidamente apropriadas. A expectativa é que, com a continuidade das investigações, mais lotes irregulares sejam descobertos, contribuindo para a proteção do patrimônio público e ambiental na região de Rondônia.

O combate à grilagem de terras e às fraudes fundiárias é um passo importante na luta contra o crime organizado e a corrupção no Brasil, especialmente em um cenário de crescente pressão por terras na Amazônia. Ações como a Operação Declínio reforçam a necessidade de vigilância constante e de políticas públicas eficazes para garantir a proteção do meio ambiente e o uso sustentável das terras públicas.
Por fim, o sucesso da operação serve como um alerta para que a sociedade e as autoridades mantenham-se atentas e engajadas na defesa do patrimônio público e na preservação do meio ambiente, que são essenciais para o desenvolvimento equilibrado e sustentável do país.

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