
Para o advogado Leandro Marmo, do escritório João Domingos Advogados, a tarifa de 50% dos EUA expõe a urgência de diversificar mercados e fortalecer a autonomia do Brasil no comércio exterior
Com a entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros como carne, café e frutas, o governo federal prepara um plano de contingência para proteger o agronegócio. A proposta inclui crédito emergencial, apoio técnico e cerca de 30 ações voltadas principalmente para micro, pequenas e médias empresas exportadoras.
Apesar da prioridade em negociar com os EUA para tentar remover os produtos da lista, o plano também mira a preservação de empregos, a sustentação das exportações e a diversificação de parcerias comerciais. O governo aguarda confirmação dos itens tarifados para anunciar oficialmente as medidas nos próximos dias.
“A tarifa escancara a fragilidade da nossa dependência comercial. Mais do que um conflito pontual, é um alerta para repensarmos com urgência a nossa posição no comércio global”, afirma Leandro Marmo, especialista em Direito do Agronegócio e CEO do escritório João Domingos Advogados.
Segundo Leandro Marmo, os produtores rurais são os primeiros a sofrer os impactos. “Muitos enfrentam contratos suspensos, lucros em queda e risco de demissões. Apostar apenas em uma eventual retirada dos produtos da lista tarifada é mais esperança do que estratégia real”, critica.
Para o especialista, o plano emergencial é positivo, mas ainda limitado. “Sem incentivos estruturais ou fiscais, o apoio pode não ser suficiente para evitar perdas duradouras. É preciso ir além do socorro momentâneo e construir soluções de longo prazo”, analisa.
Ele reforça que a dependência do mercado americano torna o Brasil vulnerável. “Diversificar parceiros comerciais precisa deixar de ser promessa e virar política permanente. Essa crise pode ser um ponto de virada, desde que saibamos agir com inteligência e proteger nossa produção”, conclui.
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