Plano Safra 2025/2026: Por que só pegar crédito não basta (e pode afundar a sua piscicultura)

Como os piscicultores podem ser diretamente afetados pelas condições de financiamento do Plano Safra — especialmente em tempos de Selic elevada.

O Plano Safra 2025/2026 foi anunciado com grande expectativa pelo setor produtivo. Apesar de ampliar recursos para o crédito rural, uma preocupação se mantém: as altas taxas de juros. Para muitos piscicultores, o crédito pode parecer uma oportunidade de crescimento. Mas, sem gestão adequada, vira armadilha.

Neste segundo artigo da série sobre os impactos econômicos na piscicultura, vamos falar sobre como os piscicultores podem ser diretamente afetados pelas condições de financiamento do Plano Safra — especialmente em tempos de Selic elevada — e o que fazer para não cair na armadilha do endividamento.

1. O que muda com o Plano Safra 2025/2026

  • O governo federal anunciou R$ 516 bilhões em recursos para o crédito rural.
  • Taxas de juros variando de 7% a 14% ao ano, dependendo da linha: Pronamp, RenovAgro (Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) e PCA (programa de armazenagem), custeio, moderfrota, RenovAgro Ambiental e Recuperação/Conversão de Pastagens, Proirriga e Invest. Empresarial, Prodecoop e Procap-Agro, Moderfrota Pronamp
  • Pisciculturas que busam dinheiro para custeio empresarial, poderão acessar crédito com juros de até 14% ao ano — o maior índice dos últimos cinco anos.

Mas aqui está o problema:
Para muitos piscicultores, o crédito vem antes da conta. E sem planejamento, ele vira custo extra.

2. A Selic segue alta, e isso afeta o custo real do dinheiro

Mesmo com incentivos do Plano Safra, a base para os financiamentos continua sendo influenciada pela Selic, que está em 15% ao ano (em julho de 2025). Isso significa que:

  • Bancos privados repassam o custo do dinheiro para o produtor.
  • As linhas com juros controlados são limitadas, com forte demanda.
  • Muitos piscicultores recorrem a financiamentos mais caros, achando que é “normal”.

O resultado? A margem de lucro encolhe, e o risco de endividamento aumenta.

3. Crédito é ferramenta, não solução

Muitos produtores acreditam que o crédito é o caminho para crescer. E pode ser.
Mas o crédito só funciona quando há planejamento, gestão e controle.

Exemplos de erros comuns:

  • Comprar ração sem saber o custo por quilo de peixe produzido.
  • Investir em aeração ou tanques sem calcular o retorno.
  • Tomar crédito para pagar dívidas antigas — e continuar no vermelho.

O crédito resolve um problema no curto prazo, mas cria outro no médio prazo, se não houver controle das finanças.

4. Como evitar que o crédito vire prejuízo

Aqui entra a importância de gestão de contas e planejamento da produção. Um piscicultor que sabe o custo real do seu peixe, que calcula o lucro líquido da safra, e que simula diferentes cenários de preço de venda, está preparado para usar o crédito como alavanca, não como muleta.

Dicas práticas:

  • Tenha um fluxo de caixa mensal da piscicultura.
  • Conheça o custo de produção por quilo.
  • Avalie se o investimento que você quer fazer realmente aumenta o lucro.
  • Use planilhas, softwares ou consultorias que te ajudem a tomar decisões com base em números.

5. O piscicultor que mais lucra não é o que mais investe. É o que melhor controla.

A piscicultura brasileira está crescendo, mas o dinheiro não está indo para todos. O crédito é um recurso valioso — mas, em tempos de juros altos, ele é perigoso para quem não tem gestão.

Com o Plano Safra 2025/2026, a oportunidade está aí. Mas o risco também.

Cabe ao piscicultor escolher: usar o crédito para crescer com controle, ou usar para apagar incêndios e se afundar em dívidas.

Conclusão

Crédito pode ser parceiro da sua piscicultura — mas só se você for parceiro dos seus números.
Quem não faz gestão, aposta. Quem faz, decide com base.

E no cenário atual, a diferença entre ganhar dinheiro e quebrar está numa planilha.

Se você não tem controle de custos de produção e não conhece estratégias que te ajudam a ter melhores resultados financeiros, cuidado com o empréstimo subsidiado.

Mas caso queira ter esses dados em mãos, faça como  os milhares de piscicultores que já usam o método PAP, venha ser um Piscicultor de Alta Performance, tenha controle dos seus dados e saiba quando é viável usar o dinheiro do Plano Safra para ampliar seu negócio.

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