Podemos emergir como potência alimentar e ambiental, diz Guedes

Guedes afirmou que tem sentido no exterior uma “mudança completa” do posicionamento em relação ao Brasil, com uma visão mais favorável ao país.

ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta quinta-feira (8), que a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia levaram a uma desorganização generalizada das cadeias produtivas globais, gerando oportunidades para o Brasil na saída dessas crises.

“É um momento crítico para a economia brasileira, e o setor automotivo é exemplo importante da oportunidade que o Brasil na reconfiguração das cadeias produtivas globais. Ninguém mais vai investir muito longe, é um requisito logístico dos Estados Unidos e da Europa. Uma segunda exigência é ser (um país) amigo”, reafirmou, em palestra na #ABX22 – Automotive Business Experience.

Guedes afirmou que tem sentido no exterior uma “mudança completa” do posicionamento em relação ao Brasil, com uma visão mais favorável ao país.

“O Brasil tem uma oportunidade histórica de emergir como o país de grandes recursos que é – como potência digital, energética, alimentar e ambiental”, afirmou. “O Brasil está no caminho da prosperidade”, repetiu.

Pandemia

Guedes criticou o dirigismo estatal e argumentou novamente que o setor privado é que possui a inteligência, os recursos e a capacidade de promover inovações na economia.

“Não é um ministro do Planejamento que vai criar isso. É um farsante o ministro que disser que vai desenhar todo o futuro da infraestrutura, da indústria automobilística, da agricultura, da educação” afirmou.

Guedes avaliou que cada setor produtivo do País teve a política de crédito adequada para suas características durante a pandemia. “No caso da indústria automobilística, eram garantias da matriz; no setor aéreo, eram debêntures conversíveis em ações; no setor de geração e distribuição de energia, a garantia eram os próprios recebíveis. Cada setor nos fornecia essa inteligência e conversávamos com os bancos”, relatou.

Crescimento

O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfatizou mais uma vez que a economia brasileira atravessou a pandemia com um desempenho melhor do que o das economias de países avançados.

“Já crescemos 2,5% este ano, mas é claro que vamos crescer mais. Vamos crescer quase 3,0% este ano, o Brasil já se levantou”, afirmou.

Ao repetir as ações do governo durante a pandemia, Guedes citou que o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) fez com que 48% dos empréstimos chegassem às menores firmas na crise.

“Antigamente só tinha dinheiro para campeão nacional, agora os recursos do crédito foram para os pequenos e médios”, lembrou.

“Preservamos 11 milhões de empregos formais e mantivemos a economia pulsando com o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm). E as pessoas que receberam o Auxílio Emergencial continuaram se alimentando”, reafirmou.

Menos gastos

Guedes, repetiu que o atual governo é o primeiro a chegar ao fim do quarto ano gastando menos em proporção do PIB do que no começo do mandato. “Gastávamos 19% do PIB, com a pandemia fomos a 26,5%, e agora voltamos a 18,7% do PIB”, afirmou, na mesma palestra.

Guedes repetiu ainda que a relação entre a dívida bruta e o PIB, que alguns economistas alertavam que poderia chegar a 100%, foi a 88% na pandemia. “A dívida/PIB já voltou a 77,5% e vai cair para 76% ainda este mês porque estamos espremendo o BNDES para devolver o dinheiro, a despedalada final. Está nos devendo R$ 90 bilhões e tem que pagar até o fim do ano”, completou.

O ministro voltou a dizer que a economia está forte e crescendo, com o primeiro superávit fiscal desde 2014. “O crescimento é revisto para cima a todo momento e a inflação com revisão para baixo. O desemprego está em 9,1% e dá tempo para voltar para 8% até o fim do ano”, projetou.

Para Guedes, o mundo está em turbulência e a América Latina estaria “desmanchando”. “Vocês viram o que está acontecendo na Argentina, no Chile e na Venezuela. O BC europeu acordou hoje. Brasil vai crescer 3% os Estados que estão entrando em recessão”, acrescentou.

Fonte: Estadão Conteúdo
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