Escolha Angus, raça mais testada em cruzamentos

A raça Angus é uma raça destinada à produção de carne de qualidade superior, tem as suas origens no nordeste da Escócia, onde o seu aperfeiçoamento começou há cerca de duzentos anos.

É opinião unânime que o Angus em cruzamento contribui com essas características, uma vez que elas são qualidades inerentes à raça e se manifestam tanto na variedade preta como na vermelha. No cruzamento de Angus com diversas raças constatou-se aumento de 5 a 15% de heterose para peso ao desmame, o que destaca a maior habilidade materna da vaca cruza. A produção de novilhos é largamente afetada pelo cruzamento e apresenta variações positivas de 4 a 15% no ganho de peso diário, de 0,5 a 3% no rendimento de carcaça fria, de 0,5 a 2% para os dados de tipificação de carcaça.

As principais características de interesse econômico procuradas nos animais cruzados são:

  • fertilidade;
  • peso ao desmame;
  • ganho de peso;
  • boa carcaça.

Com objetivo de desenvolver um bovino adaptado as várias condições de criação no Brasil, os cruzamentos entre a raça Angus e zebuínos, em especial o Nelore, revelaram características de rusticidade, com aproveitamento de forragem grosseiras, resistências aos ectoparasitos, tolerância ao calor e longevidade.

A busca por animais que carreguem na sua genética características de interesse comercial ligadas à precocidade sexual, acabamento de carcaça, maciez e marmoreio da carne bovina, cada vez mais são atributos indispensáveis para a indústria de processamento da carne, que por sua vez precisa adequar-se a cobrança crescente do mercado por qualidade para atender satisfatoriamente as expectativas do consumidor.

angus carne

Neste cenário o cruzamento industrial surge mais uma vez no horizonte como opção ao pecuarista que quer produzir com profissionalismo e volume que atenda a demanda por proteína animal crescente em todo o mundo.

A raça Angus é hoje a única que atende com sobras todos os pré-requisitos exigidos pelo consumidor por seus atributos genéticos insuperáveis que reúnem precocidade sexual e de acabamento de carcaça, fertilidade, habilidade maternal e adaptabilidade aos diferentes desafios de ambiente impostos pela pecuária brasileira.

A carne Angus é um produto nobre apreciado por consumidores exigentes em várias partes do mundo e isso porque reúne atributos considerados indispensáveis por churrasqueiros e chefes de cozinha, que envolvem sua maciez, suculência e marmorização, mesmo em cortes considerados menos nobres como miolo de acém, costela, entre outros que cada vez mais caem no gosto do público.

Em termos de conformação frigorífica o Angus também se mostra imbatível em seus atributos, muitos bastante desejados pela indústria de abate e processamento da carne. O alto rendimento no pós abate, sobretudo no volume de carne depositada nas partes nobres e facilidade de cobertura de gordura subcutânea fazem do novilho (a) Angus são os pontos mais destacados.

O Angus que começou a ser criado originalmente nas regiões de clima temperado do sul do país, em especial no Rio Grande do Sul, já há algum tempo desponta como opção para o cruzamento industrial com vigoroso crescimento também em outras regiões do país, bastando para isso que o produtor adote alguns cuidados especiais com o manejo.

No cruzamento industrial para obtenção de produtos ½ sangue Angus x Zebu para o corte, os resultados obtidos em nível de criação utilizando apenas pasto e sal mineral tem colocado a raça em condição de vanguarda como o animal ideal para atender importantes programas de produção de carne com controle e certificação de qualidade e origem.

Um exemplo muito bem sucedido é o Programa Carne Angus Certificada, criado pela Associação Brasileira de Angus em 2003 e que já congrega parceria com os principais confinamentos e indústrias frigoríficas do país. A filosofia por trás do projeto é privilegiar produtores que de fato estão envolvidos com as diretrizes impostas pela associação, produzindo conforme as atuais demandas do mercado da carne bovina.

cruzamento industrial angus

Em outras regiões brasileiras a preocupação dos técnicos recai sobre o controle de ectoparasitas, além de propiciar ambientes com sombras aos animais. A migração genética tem ocorrido em função dos resultados obtidos com o cruzamento do Angus com o zebuíno nelore e tem sido crescente a procura por touros ou pelo sêmen para a realização do cruzamento com a vacada cara limpa.

Para crescer em regiões de clima mais quente no país, já existem linhagens desenvolvidas em partes do Sul e do Sudeste que se adaptam muito bem, mas necessitam de um manejo diferenciado e um acompanhamento técnico para que se consiga obter os resultados esperados.

Em resumo a indústria já sabe o padrão que procura e a dona de casa já está conhecendo as qualidades da carne certificada “Angus”, o que se precisa é adequar os sistemas de produção com o biotipo de animal ideal para cada sistema. Está ocorrendo um crescimento acelerado da venda de sêmen, onde os pecuaristas têm comprado principalmente touros com provas americanas e canadenses, onde os animais são terminados em confinamentos com grandes quantidades de grãos. O que não é a nossa realidade, principalmente no Centro Oeste onde os animais terão que comer brachiária.

O cruzamento com animais Angus é sinônimo de resultado, no entanto, antes é preciso saber o destino dos produtos para então escolher o biótipo do touro e assim direcionar corretamente os acasalamentos.

Fonte angus.org.br

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