Práticas ideais para o manejo durante o período de entressafra

Confira as práticas mais eficazes para o manejo durante a entressafra e observe os benefícios positivos que elas trarão para a próxima safra ou safrinha.

Na agricultura, o sucesso está nas mãos da organização e do planejamento meticuloso. Antes de cada ciclo de plantio, uma série de etapas precisa ser cuidadosamente executada: desde a análise do solo até a seleção das sementes, passando pelo preparo do terreno, o plantio, a adubação e a irrigação.

No entanto, o cuidado com a terra não se limita apenas aos períodos de plantio. O que chamamos de manejo na agricultura não se restringe somente à época de colheita. O manejo durante a entressafra é tão crucial quanto. É durante esse período que preparamos o terreno para as próximas plantações, garantindo uma transição suave e eficiente entre as safras.

Neste sentido, é fundamental compreender as práticas essenciais para o manejo durante a entressafra. Nosso objetivo é ajudar os agricultores a maximizar esse período, preparando o solo para futuras safras produtivas.

Mas afinal, o que é esse manejo na entressafra?

A entressafra corresponde ao intervalo entre o término das principais colheitas e o início do próximo ciclo. Durante esse período, os agricultores preparam o solo para as próximas plantações. É por isso que o manejo nesse momento é crucial.

Durante a entressafra, procedemos à limpeza do solo, controlamos pragas e ervas daninhas remanescentes da safra anterior e nos dedicamos à produção de adubo orgânico de qualidade para as próximas culturas.

Práticas ideais para o manejo durante o período de entressafra
Foto: Divulgação

Essa abordagem não apenas resulta em produtos de melhor qualidade, mas também promove a sustentabilidade, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, evita que o solo fique em pousio, ou seja, temporariamente desativado por até cinco anos, permitindo sua recuperação física e capacidade de uso.

No Brasil, o período ideal para o manejo durante a entressafra é logo após a colheita da cultura de verão. Nessa época, não há culturas plantadas ou semeadas, facilitando os trabalhos no campo.

Por exemplo, o uso de inseticidas e herbicidas pode ser mais flexível, já que não prejudicará as próximas plantações, eliminando também o risco de fitotoxicidade, quando os agrotóxicos causam danos às culturas.

4 Estratégias essenciais para o manejo durante a entressafra

Garantir um solo propício para a próxima safra exige a adoção de práticas de manejo específicas durante a entressafra. Aqui estão as principais recomendações para esse período:

1 – Gestão após a colheita da safra de verão

Após a colheita da safra de verão, é crucial realizar uma série de medidas para preparar o solo para os próximos plantios. Isso inclui a limpeza da área, o mapeamento preciso das pragas e ervas daninhas remanescentes e a aplicação adequada de insumos para seu controle.

Nesse sentido, a utilização de técnicas de agricultura de precisão se mostra altamente eficaz. Através do mapeamento detalhado proporcionado por essas tecnologias, é possível identificar com precisão as pragas presentes e aplicar a dose correta de pesticidas para combatê-las.

É importante ressaltar que realizar o manejo após a colheita da safra de verão é essencial para o sucesso da rotação de culturas durante o inverno.

2 – Controle de pragas de difícil erradicação

Após a limpeza do solo, é necessário realizar um minucioso levantamento das pragas ainda presentes na área. Como não há culturas em crescimento, é viável utilizar uma variedade de herbicidas sem o risco de prejudicar as plantações futuras.

Nesse contexto, a agricultura de precisão desempenha um papel fundamental ao determinar quais pragas estão presentes e qual a dosagem adequada de herbicidas a ser utilizada. É essencial considerar também o período de carência dos produtos, evitando que prejudiquem as culturas subsequentes.

Dessa forma, é imprescindível calcular com precisão a quantidade e o momento exato de aplicação dos insumos para o controle de pragas, sem comprometer a saúde do solo para os futuros plantios.

Além disso, ao lidar com solos onde são cultivados milho ou soja, o cuidado deve ser ainda mais rigoroso, pois essas culturas são sensíveis aos herbicidas utilizados antes da semeadura.

Práticas ideais para o manejo durante o período de entressafra

3 – Controle de tigueras

Uma prática fundamentl durante a entressafra é a remoção das tigueras, pois isso interrompe o ciclo de desenvolvimento de insetos e pragas que se aproveitam delas. Ao manejar corretamente as tigueras, é possível reduzir a incidência de pragas e doenças sem a necessidade de recorrer a herbicidas. No entanto, é crucial realizar um mapeamento detalhado da área para identificar possíveis focos de insetos e pragas no solo.

4 – Rotação de culturas

A rotação de culturas é outra estratégia essencial para o manejo do solo durante a entressafra. Essa prática não apenas melhora as características físicas, químicas, biológicas e nutricionais do solo, mas também pode gerar renda adicional para o agricultor.

Durante a entressafra, existem dois tipos principais de rotação de culturas: aquelas com fins comerciais e aquelas com culturas de cobertura. Na primeira, o foco está em cultivar espécies que proporcionem retorno financeiro, como grãos, cereais e forragens para alimentação animal. Já na segunda, são selecionadas culturas que auxiliam no controle de nematoides, na melhoria da estrutura do solo e que não são hospedeiras de pragas e doenças. Além de seus benefícios agronômicos, essas plantas de cobertura também podem ser comercializadas, proporcionando uma fonte adicional de renda para o agricultor.

Quais consequências a ausência de cuidados adequados durante a entressafra pode gerar?

Em cenários agrícolas, onde culturas como milho, soja e algodão se destacam, a demanda por nutrientes é elevada, e a vulnerabilidade a pragas e doenças é uma constante.

Assim, negligenciar o manejo durante a entressafra acarreta prejuízos inevitáveis na próxima colheita. De acordo com estudos da Embrapa, os impactos da falta de manejo durante esse período incluem:

  • Degradação do solo, incluindo problemas como compactação e erosão.
  • Poluição e obstrução de fontes hídricas.
  • Aumento significativo no número de doenças e pragas.
  • Elevação dos custos de produção.
  • Maior dependência das condições climáticas.
  • Aumento na necessidade de insumos químicos.
  • Redução na produtividade da plantação.
  • Crescimento da população de plantas invasoras.

Negligenciar o manejo equivale a minar o potencial da plantação e acarreta impactos ambientais negativos, como o uso excessivo de pesticidas e a diminuição da qualidade e fertilidade do solo.

Portanto, adotar práticas de manejo adequadas durante a entressafra é crucial não apenas para o sucesso da safra atual, mas também para garantir colheitas saudáveis no futuro. Pequenas ações hoje podem resultar em grandes ganhos de produtividade amanhã, e é isso que o manejo durante a entressafra proporciona: preparo do solo atual para as plantações futuras.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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