Sabe aquela história de que comprar terra é o melhor investimento? Pois é, para analista da Scot Consultoria, “terra só valoriza”. Segundo matéria publicada pela Valor, o preço das terras agrícolas subiu mais de 110% em cinco anos.
Pensando em comprar um pedacinho de terra? Um estudo da Scot Consultoria revelou que o preço das terras agrícolas no Brasil subiu 113% em cinco anos, com o valor médio do hectare saltando de R$ 14.818,10 em julho de 2019 para R$ 31.609,87 no mesmo mês de 2024. As terras destinadas a pastagens também tiveram uma alta expressiva de 116%, passando de R$ 8.267,14 para R$ 17.886,94 no período. Segundo a S&P Global Commodity Insights, a valorização nominal do preço das terras agrícolas entre 2019 e 2023 chegou a 91,5%, enquanto em termos reais, ajustados pela inflação, a alta foi de 59,9%.
Após recordes, analistas acreditam em valores sem grandes alterações e um cenário de baixa liquidez. “A minha leitura para 2024 e 2025 é de preços estáveis, até porque o agricultor não terá renda sobrando. Ele fez muito investimento nos últimos anos. Além disso, regiões tiveram queda de safra, tudo isso gera um clima mais pessimista. E, consequentemente, um interesse limitado”, alertava Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria, no início de 2024.
Valorizacão do preço das terras agrícolas supera outros investimentos
Comparado a outros ativos, a terra agrícola se mostrou um dos investimentos mais rentáveis. Segundo o Valor Data, enquanto o Ibovespa valorizou 25,89% e a poupança 28,66% no mesmo período [cinco últimos anos], as terras agrícolas superaram em larga escala esses índices. Entretanto, a nota do Tesouro Nacional Série B (NTN-B), com vencimento em 2029, registrou um rendimento de 60,29%, superando a valorização das terras agrícolas em dois estados analisados: Santa Catarina (52,9%) e Pernambuco (54,8%), apontou ainda a matéria divulgada pela Valor Econômico.
Para Felipe Fabbri, analista de mercado da Scot Consultoria, esse também disse a Valor que: “Terra só valoriza. Dificilmente tem um ano em que a terra não acompanha pelo menos a inflação.” Ele destaca ainda que as terras brasileiras têm registrado uma valorização anual de 15% a 20% desde 2017, conforme dados da Acres, braço do Grupo Safras & Cifras que atua com estruturação de negócios de ativos rurais.
“O agricultor resiste a tudo, menos à tentação de comprar mais um hectare“, disse Anderson Galvão, analista da Céleres Consultoria
Onde a alta foi maior?
Os dados da Scot Consultoria indicam que as maiores altas ocorreram em regiões de fronteira agrícola. Em Rondônia, por exemplo, o preço das terras para agricultura subiu quase 300%, enquanto as terras de pastagem tiveram alta de 286%. Maranhão e Piauí também se destacaram com valorizações superiores a 200%. Conforme apontado pelo Valor, dados da Scot indicam que, entre 2019 e 2024, os preços médios nominais das propriedades agrícolas mais que dobraram em 11 estados.
Por outro lado, segundo a S&P Global Commodity Insights, o Sul do país apresenta os terrenos mais caros, com valores próximos de R$ 60 mil por hectare, especialmente no Paraná, onde a qualidade do solo contribui para o preço elevado.

Fatores que impulsionaram os preços
A pandemia de Covid-19, o boom das commodities em 2022 e os estoques globais reduzidos foram elementos-chave para a alta nos preços das terras. “Terra é um ativo dolarizado, que produz dólares. Soja, milho e café são cotados em moeda estrangeira, o que torna o investimento ainda mais atrativo”, afirma a Valor, José Eduardo Daronco, da Suno Asset.
Outro fator importante foi a alta demanda por terras para expansão agrícola e a concorrência com pastagens. Essa disputa pressionou ainda mais os preços, especialmente em regiões com infraestrutura consolidada, como proximidade de portos e agroindústrias.
Liquidez em queda e perspectivas para 2025
Apesar da valorização, o mercado de terras registrou menor liquidez em 2023. Analistas apontam que a queda dos preços das commodities reduziu a margem dos produtores, o que impactou o ritmo das negociações. Segundo Anderson Galvão, da Céleres Consultoria, “a expectativa é de estabilidade ou ligeira queda nos preços em 2024, com uma retomada possível apenas em 2025”.
Daniel Meireles, da Acres, enfatiza que a taxa Selic e a volátil conjuntura climática serão determinantes para o mercado. Apesar disso, o momento pode ser de oportunidade para quem tem capital.
Enquanto os preços das terras tendem a se manter estáveis neste ano, o mercado de arrendamentos apresenta um cenário mais desafiador. Os agricultores que investiram em arrendamentos a valores elevados entre 2022 e 2023 enfrentaram dificuldades para equilibrar as contas em 2024. Nessa situação, agora eles têm duas opções: renegociar o valor com o proprietário ou devolver a terra. Diante disso, é possível que os preços dos arrendamentos caiam futuramente.
O papel do Fiagro no preço das terras agrícolas
Ainda segundo a Valor, com a crescente valorização das terras, o Fiagro se tornou uma alternativa interessante para investidores. A Suno Asset, por exemplo, investe em fazendas no Mato Grosso e em títulos como o Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA), proporcionando rentabilidade atrelada às commodities.
O mercado de terras agrícolas no Brasil segue como um dos mais valorizados, mas a queda recente nos preços das commodities e as taxas de juros mais altas trouxeram cautela. O cenário para 2024-2025 promete estabilidade, enquanto oportunidades podem surgir para quem estiver preparado para investir em ativos reais.
Com informações da Valor Econômico e Notícias Agrícolas
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