Pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) indica baixa oferta mundial de arroz; com o cacau, clima afetou as lavouras do no principal país produtor.
A elevada demanda global somada à menor oferta mantêm os preços do arroz e do cacau em alta, revela pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), antecipada com exclusividade ao Broadcast Agro. Ambas as commodities apresentam safras globais menores que o previsto, em virtude de intempéries climáticas, e acumulam valorizações expressivas no último ano, mostra a pesquisa.
O preço do arroz brasileiro subiu 39,8% entre junho de 2023 e junho deste ano, alcançando a média de R$ 1.910 por tonelada, aponta a pesquisa do Departamento de Inteligência Competitiva da Abia. Em um mês, contudo, a alta foi mais tímida, de 0,2%. O impulso das cotações do cereal no mercado nacional deve-se ao cenário de incertezas, de acordo com os pesquisadores da Abia.
“As significativas perdas agrícolas causadas pelo El Niño levaram os produtores a buscarem maior valorização do arroz em casca. Apesar das fortes chuvas no Sul, principal região produtora no País, a safra de 2023/24 é estimada em 10,6 milhões de toneladas, alta de 5,5% em relação à anterior, segundo a Conab”, ponderou a Abia na pesquisa. O balanço entre oferta e consumo nacional é praticamente equivalente neste ciclo, de acordo com os dados da Conab.
No mercado internacional, o arroz também continua em alta, atingindo R$ 3.406 por tonelada em junho, refletindo a elevada demanda e a baixa oferta global, segundo a Abia. “Isso faz também com que as exportações brasileiras estejam mais atrativas, sem prejuízo ao mercado interno”, observou a entidade.
Em relação ao cacau, a pesquisa da Abia revela que o preço da amêndoa no mercado interno disparou, alcançando o recorde de R$ 55.580 por tonelada em junho deste ano, aumento anual de 282,2%. Na comparação mensal, as cotações do cacau no mercado nacional avançaram 19,9%, mostra a pesquisa.
O aumento do preço do grão nacional refletiu a valorização externa do grão. A Abia observa que a produção brasileira deve alcançar 294,5 mil toneladas na safra 2023/24, 1/3% mais que na temporada anterior, puxada por condições climáticas favoráveis. “A colheita na Bahia e no Pará está avançando bem, com 85% da área colhida até o final de junho. As chuvas regulares durante o período de desenvolvimento dos frutos favoreceram a qualidade e o rendimento da safra”, apontou a Abia. O Brasil ainda é importador líquido da commodity.
Já no mercado internacional, considerando a média dos futuros do cacau negociados na Bolsa de Nova York e na Bolsa de Londres, os preços do cacau subiram 160,7% em um ano e 9,7% em um mês, chegando a R$ 44.573 por tonelada. Diferentemente da safra nacional, a produção de cacau mundial é pressionada pelos problemas climáticos reportados na África Ocidental, o que reflete em menor produção. Essa conjuntura aliada à crescente demanda global pela amêndoa impulsionaram os preços do cacau no último ano, explicou a Abia.
O levantamento mensal da Abia acompanha a evolução de abastecimento, disponibilidade e preço das principais matérias-primas agrícolas utilizadas nas operações da indústria de alimentos e bebidas. A indústria de alimentos processa aproximadamente 60% da produção agropecuária brasileira e produz 270 milhões de toneladas de alimentos por ano.
Fonte: Agro Estadão
VEJA TAMBÉM:
- Poder de compra do café frente a adubo melhora neste final de safra
- PMGZ passa a dar maior importância a ultrassonografia de carcaça
- Cotações do arroz sobem pelo 4º mês
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias
Não é permitida a cópia integral do conteúdo acima. A reprodução parcial é autorizada apenas na forma de citação e com link para o conteúdo na íntegra. Plágio é crime de acordo com a Lei 9610/98.