Preço do leite subiu, mas produtor amarga alta dos custos

Quarto mês de alta para o produtor de leite, mas atenção aos reflexos do coronavírus sobre a demanda. Desde o início das altas, o indicador acumula 15,1% de aumento. E agora?

Quarto mês de alta nos preços do leite pagos aos produtores. Considerando a média nacional, o incremento foi de 0,9%, em relação ao pagamento anterior.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, a média ponderada dos dezoito estado pesquisados ficou em R$1,284 por litro, 3,5% acima do registrado no mesmo período do ano passado. Já o valor médio com bonificações por qualidade e volume ficou em R$1,669 por litro.

Apesar da maior concorrência entre os laticínios pela matéria-prima, a demanda em alguns segmentos, como o de queijos, foi prejudicada pela situação atual do país de quarentena, em função da pandemia de coronavírus, e, com isso, algumas indústrias (queijeiros) ofertaram mais leite no mercado spot.

O setor mais prejudicado foi o de food service, que engloba os bares, lanchonetes, restaurantes, hotéis, entre outros estabelecimentos.

Do lado da produção de leite, na média nacional houve recuo de 5,7% em fevereiro, em relação a janeiro deste ano.

Além da curva sazonal de produção (início da entressafra), os custos de produção maiores e o clima adverso, em especial no Sul do país prejudicaram a produção.

Para o pagamento a ser realizado em abril/20, a expectativa é de que o mercado siga firme nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, no entanto, destacamos que nas regiões produtoras de queijo, a menor demanda pelas indústrias deste segmento, que sofrem mais com o fechamentos de alguns estabelecimentos comerciais (food service) poderá tirar, em parte, a sustentação do mercado.

O mesmo ocorre no Sul do país, em particular nas regiões de produção de queijo no Rio Grande do Sul.

Aumento nos custos de produção da pecuária leiteira

Pelo sexto mês consecutivo, os custos de produção da atividade leiteira subiram. O indicador calculado pela Scot Consultoria teve alta de 3,2% em março frente ao mês anterior.

Desde o início das altas, o indicador acumula 15,1% de aumento.

O preço dos alimentos concentrados energéticos e proteicos, dos fertilizantes, dos combustíveis/lubrificantes e dos suplementos minerais compuseram esse cenário. Nenhum dos itens que compõe o indicador apresentou queda nos preços em março na comparação mensal.

Em relação a igual período do ano passado, os custos de produção da atividade estão 12,9% maiores este ano.

Compre Rural com informações da Scot Consultoria

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