Preços do boi gordo seguem firmes com decisões de Trump no radar

Preços do boi gordo seguem firmes e acima da média em parte do país; setor segue está atento a possíveis decisões de Trump sobre importação de carne bovina

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar negociações acima da média nesta quinta-feira (23), principalmente na região Norte e em áreas do Centro-Oeste. Um levantamento do Centro de Estudos Avançados Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços dos animais para abate seguem firmes em todas as regiões, com as escalas um pouco mais curtas que na semana passada.

Em São Paulo, o mercado encontra dificuldade para firmar novos patamares de alta, já que os frigoríficos de grande porte mantêm escalas de abate confortáveis, favorecidos pela oferta de animais de parceria. As exportações seguem em destaque e continuam sustentando os preços, segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.

Preços do boi gordo (arroba)

  • São Paulo: R$ 313,75 (a prazo)
  • Goiás: R$ 304,29
  • Minas Gerais: R$ 304,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 327,61
  • Mato Grosso: R$ 299,46

Ainda segundo o levantamento do CEPEA, os frigoríficos aumentam os valores quando precisam intensificar as compras e tendem a manter a mesma cotação nos dias seguintes, administrando novas altas de acordo com suas necessidades de escala.

No estado de São Paulo, levantamentos mostram que os negócios têm saído principalmente entre R$ 310 e R$ 315, mas pecuaristas insistem em valores acima de R$ 320. Como a oferta dos frigoríficos aos atacadistas é baixa, as cotações do boi seguem em patamares firmes.

O dólar comercial, um dos balizadores da arroba do boi, encerrou o dia em queda de 0,21%, cotado a R$ 5,38 para venda e R$ 5,38 para compra, após oscilar entre R$ 5,37 e R$ 5,40.

presidente dos EUA Donald Trump com touros da raca angus e brahman ao fundo
Montagem CompreRural

Decisõs de Trump no radar

Um dos destaques da semana, segundo a analista, foi a decisão dos Estados Unidos de ampliar a cota de importação de carne bovina da Argentina, medida que faz parte de uma estratégia para reduzir os preços no mercado interno norte-americano.

“Os EUA estão reduzindo tarifas de importação da Argentina, mas é importante lembrar que, entre os principais fornecedores, Austrália, Argentina e Brasil, apenas o Brasil mantém um volume escalonável e competitivo de oferta de animais para abate” – disse a analista de mercado da Datagro, Isabela Ingracia.

“Com isso, o Brasil reforça sua posição como um dos players mais relevantes no comércio global de carne bovina, beneficiado tanto pelos preços competitivos quanto pela capacidade de manter grandes volumes exportáveis’, complementou.

A analista lembrou ainda que o mercado acompanha com atenção a possível conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, que pode tratar da redução das taxações sobre a carne bovina brasileira importada pelos Estados Unidos.

No cenário doméstico, as exportações brasileiras seguem aquecidas, com dados parciais do Comex Stat (antigo Cecex)indicando volumes expressivos embarcados em outubro. A demanda interna também começa a reagir, impulsionada pela chegada do fim de ano, férias escolares e expectativa de injeção do 13º salário.

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