Prejuízo: Temporal causa destruição e prejuízos à produção agropecuária no Oeste do Paraná; vídeo

Fenômeno climático atinge desde Foz do Iguaçu até Londrina, provocando colapso na agropecuária no Oeste do Paraná com perdas na soja, milho, frango e peixe

Um forte temporal, acompanhado por granizo, ventos de até 100 km/h e chuvas torrenciais, atingiu o estado do Paraná nos primeiros dias de novembro e provocou destruição generalizada nas lavouras e nas propriedades rurais, especialmente no Oeste e Norte do estado. O cenário é de colapso para centenas de produtores que amargam prejuízos expressivos tanto na agricultura quanto na pecuária, com risco de quebra significativa na safra de soja e impactos severos sobre a produção de frango e peixes.

Impactos devastadores na agricultura

De acordo com Eduardo Cassiano, presidente da Aprosoja Paraná, o temporal afetou uma extensa faixa que vai da região sudeste até o norte do estado, incluindo municípios como Foz do Iguaçu, Cascavel, Campo Mourão, Maringá e Londrina.

O granizo e os ventos fortes destruíram lavouras de soja que já estavam fragilizadas pelas condições climáticas instáveis. “As lavouras já vinham atrasadas no desenvolvimento, e o temporal dizimou parte significativa das áreas atingidas. Muitos terão que replantar, o que compromete a lucratividade”, lamentou Cassiano após temporal.

Além da soja, o milho safrinha também está ameaçado, já que o atraso causado na soja pode comprometer a janela ideal de plantio do cereal. Em caso de replantio, o risco de geadas nas fases finais do milho aumenta, elevando ainda mais as incertezas da produção.

Produtores sem semente e sem perspectiva

Segundo a Aprosoja, há produtores que não pretendem replantar as áreas perdidas. A falta de semente e o encurtamento do calendário de plantio estão levando muitos a desistirem da safra. “Alguns dizem que vão deixar como está. Se der, tentam plantar o milho depois. Isso indica uma provável quebra na produção estadual de soja”, acrescentou Cassiano.

Estrutura de granjas danificadas na região do Centro-Oeste do Paraná – Foto enviada pelo João Cláudio Romero

Colapso na avicultura e piscicultura

Na região de Palotina, a produção animal também foi gravemente impactada pelo temporal. O presidente do Sindicato Rural local, Edmilson Zabot, relatou que mais de 48 horas sem energia elétrica forçaram produtores a recorrerem a geradores movidos a diesel. “O consumo dos geradores gira entre 20 e 25 litros de óleo por hora. É um custo elevadíssimo e um estresse contínuo para manter os sistemas funcionando”, disse.

A avicultura e a piscicultura, que dependem diretamente de energia para sistemas de ventilação e aeração da água, foram os setores mais atingidos. “Tivemos suínos dentro d’água, estruturas desabadas, e aves mortas. O prejuízo é tanto financeiro quanto psicológico”, lamentou Zabot ao Notícias Agrícolas.

Em Quinta do Sol, quatro aviários foram danificados. Em um deles, do produtor João Cláudio Romero, os ventos arrancaram a cobertura da granja, resultando em morte estimada de 30 mil aves. Parte do plantel precisou ser transferida às pressas para outra unidade da GT Foods, em Cianorte.

Estrutura elétrica rural obsoleta agrava a crise

Zabot ainda denunciou que a rede elétrica da zona rural está defasada. “São estruturas com mais de 50 anos, que não acompanharam o avanço da produção de proteína animal. Elas cruzam áreas de mata e quebram com facilidade”, alertou.

O município de Santa Fé, próximo a Astorga, também sofreu danos significativos, com destruição de granjas e queda de energia por mais de 24 horas. A prefeitura decretou estado de calamidade pública.

Prejuízos ainda sendo contabilizados após temporal

Cooperativas e federações, como a FAEP, estão realizando levantamentos dos prejuízos, que incluem danos a barracões, maquinários agrícolas, aviários e lavouras inteiras. O cenário é de emergência para o setor agropecuário do estado, que enfrenta mais uma prova de resiliência diante das mudanças climáticas e da falta de infraestrutura adequada.


Nota da Redação Compre Rural: Diante da magnitude dos impactos, deixamos nossa solidariedade aos produtores afetados e seguimos acompanhando o desdobramento da situação no campo.

  • Aviário impactado na cidade de Santa Fé – Envio assessoria da FAEP  
  • Granja de suínos alagada na região de Palotina/PR – envio Edmilson Zabot ao Notícias Agrícolas

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