
Estudo da Copersucar revela que o país pode atingir 2,3 milhões de m³ por dia de biometano e reduzir em mais de 90% as emissões de gases de efeito estufa
A produção de biometano no Brasil deve mais do que triplicar nos próximos dois anos, saltando dos atuais 656 mil metros cúbicos por dia para 2,3 milhões de m³/dia em 2027, segundo um levantamento da Copersucar. O estudo destaca o papel estratégico do biometano na transição energética e no fortalecimento da matriz renovável brasileira, especialmente em um cenário de busca por menor dependência do diesel e do gás natural.
Atualmente, o estado de São Paulo concentra 40% da capacidade instalada e 31% dos projetos de expansão da produção de biometano no país. De acordo com a Copersucar, o potencial paulista pode chegar a 36 milhões de m³/dia no longo prazo, volume suficiente para substituir todo o consumo industrial de gás natural ou até 85% do diesel utilizado no estado.
Segundo Tomás Manzano, presidente da Copersucar, o Brasil reúne “todos os ingredientes necessários para transformar o biometano em um motor da transição energética: base tecnológica, matéria-prima abundante, infraestrutura logística e um arcabouço regulatório adequado”.
Impactos econômicos e ambientais
Além do potencial energético, o biometano se apresenta como uma alternativa capaz de reduzir em mais de 90% as emissões de gases de efeito estufa, segundo o estudo. Outro ponto relevante é o custo competitivo, já que o combustível renovável é consideravelmente mais barato que o diesel, sobretudo no transporte pesado, um dos maiores emissores do setor de energia.
O relatório indica ainda que mais da metade da produção paulista está ligada ao setor sucroenergético, que utiliza resíduos da produção de açúcar e etanol, como vinhaça, torta de filtro, bagaço e palha, para gerar biogás e biometano. Essa integração pode criar cerca de 20 mil novos empregos diretos e indiretos nos próximos anos.
Redução da dependência do diesel importado
O Brasil consome cerca de 65 bilhões de litros de diesel por ano, sendo que mais de 20% desse volume é importado. De acordo com a Copersucar, se o país desenvolver apenas 20% do seu potencial de produção de biometano e direcionar esse volume à substituição do diesel, a necessidade de importações poderá cair pela metade em até dez anos.
Com os avanços tecnológicos e o aumento de investimentos em energia limpa, o biometano se consolida como um dos principais vetores da descarbonização da matriz energética nacional, promovendo ganhos ambientais e econômicos, além de reforçar o papel do agronegócio e da indústria sucroenergética no combate às mudanças climáticas.
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