Produtor rural ganha sistema Siflor, que ajuda na regularização de áreas desmatadas

Ferramenta criada no Pará, Sistema de Restauração Florestal (Siflor) oferece processo ágil para recuperar propriedades e retornar ao mercado formal, com prazos que podem ser resolvidos em menos de uma semana

No estado do Pará, um dos principais polos do agronegócio brasileiro, produtores rurais com áreas em situação irregular devido ao desmatamento agora contam com um aliado poderoso para recuperar suas propriedades: o Sistema de Restauração Florestal (Siflor). A plataforma foi desenvolvida para agilizar a regularização ambiental, permitindo que produtores voltem a operar no mercado formal — especialmente no setor da carne, onde as exigências de conformidade ambiental são rigorosas.

O Siflor surge como uma resposta prática às dificuldades enfrentadas por quem precisa reabilitar propriedades embargadas ou fora dos padrões ambientais. O sistema oferece um processo administrativo simplificado, que viabiliza a emissão da declaração de legalidade — documento essencial para que as fazendas possam vender para empresas e frigoríficos que exigem regularidade ambiental.

De acordo com Vitória Pereira, analista de sustentabilidade da JBS, a ferramenta “simplifica o procedimento necessário para que os produtores se regularizem”, funcionando como uma ponte entre as exigências legais e a capacidade operacional dos agricultores.

“O sistema foi criado para tornar o processo mais rápido, transparente e acessível, reduzindo a burocracia e permitindo que os produtores retornem à cadeia produtiva com segurança”, destacou a especialista.

Regularização rápida: até 20 dias, com casos resolvidos em 6

Uma das grandes vantagens do Siflor está no tempo de tramitação. A emissão da declaração de legalidade pode ocorrer em até 20 dias, dependendo da situação da propriedade. Há registros de casos sendo solucionados em apenas seis dias, graças ao apoio de consultorias especializadas que orientam o produtor em cada etapa.

Essa agilidade representa um grande avanço na regularização ambiental do Pará, um estado que figura entre os maiores desafiados pela expansão agropecuária e pela necessidade de conciliar produção e preservação.

Escritórios verdes e mutirões aceleram engajamento

Para garantir que mais produtores tenham acesso ao sistema, foram criados os chamados “escritórios verdes”, que atuam de forma presencial e virtual. Eles promovem mutirões, feiras regionais e ações de engajamento, levando informações, tirando dúvidas e orientando os agricultores sobre como ingressar no programa.

Essas iniciativas aproximam o produtor da política de regularização e reforçam a importância da conformidade ambiental como caminho para a competitividade e sustentabilidade do agronegócio.

Consequências de não se regularizar

Apesar das oportunidades oferecidas, ainda há resistência por parte de alguns produtores que optam por ignorar as exigências legais. Segundo Vitória Pereira, essa postura pode trazer prejuízos sérios, como multas, embargos, perda de mercado e sanções ambientais mais severas.

“A regularização é fundamental para garantir o acesso a mercados, evitar penalidades e contribuir com a sustentabilidade do setor. Os escritórios verdes estão disponíveis justamente para apoiar quem deseja fazer o certo”, reforçou a analista.

Caminho para um agro mais sustentável

O Siflor representa um passo importante rumo a um modelo de produção sustentável, em que o produtor rural é parte da solução. Ao facilitar o processo de regularização de áreas desmatadas e estimular o cumprimento das normas ambientais, o sistema contribui para recompor áreas degradadas, garantir a rastreabilidade da produção e fortalecer a imagem do agronegócio brasileiro no mercado global.

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